A instalação da artista Grada Kilomba,O Barco/The Boat estará em exibição a partir do dia 3 de setembro no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia. Composta por 140 blocos, que formam a silhueta do fundo de uma nau e desenham minuciosamente o espaço criado para acomodar os corpos de milhões de africanos, escravizados pelos impérios europeus, a artista apresenta aquela que é a sua primeira instalação de grande escala.
"No imaginário ocidental, um barco é facilmente associado à glória, liberdade e expansão marítima, descrita como “descobertas” mas, na visão da artista, “um continente com milhões de pessoas não pode ser descoberto” nem “um dos mais longos e horrendos capítulos da humanidade – a Escravatura – pode ser apagado”, lê-se na sinopse da exposição.
A performance com três atos representa as várias gerações das comunidades afrodescendentes, que são as intérpretes centrais, tendo a produção musical de Kalaf Epalanga.
O Barco/The Boat estende-se junto ao Tejo por 32 metros de comprimento. Abraçando um jardim de memórias, a artista convida o público a explorar no poemas que difundem sobre blocos de madeira queimada, recordando histórias e identidades esquecidas. É assim que se torna um lugar de reconhecimento e contemplação do futuro.