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José Pacheco Pereira atribuiu nota 7 à probabilidade de uma guerra na Europa

O antigo dirigente do Partido Social Democrata afirmou que, perante uma nova ordem mundial, a probabilidade de novos conflitos nos países europeus é muito elevada. Numa entrevista ao Gerador, reconheceu que a invasão da Ucrânia pela Rússia, um “país que tem uma tradição imperial”, foi um assunto ignorado no decorrer da campanha para as eleições legislativas. Teceu também críticas ao trabalho dos órgãos de comunicação social e dos partidos políticos: “A combinação entre as audiências e os votos faz esta coisa absolutamente absurda, ignorante e irresponsável que é não se discutir”.

Texto de Margarida Alves

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Nota: esta entrevista foi feita antes das eleições. Veja ou ouça a entrevista na íntegra aqui.

A escolha da pergunta certa no momento certo é crucial para José Pacheco Pereira, que dirigiu uma provocação aos partidos pouco determinados em investir na política externa e na defesa. O historiador admitiu que gostaria de questionar o líder do Chega sobre se a vitória de Donald Trump é benéfica para os restantes países. A Pedro Nuno Santos perguntaria se está disposto a aumentar o investimento na defesa até aos 2% do PIB exigidos pela NATO. E remata: “Será que o Governo que vai presidir reconhece dois Estados na Palestina e Israel?”

Já sobre o líder do PSD, explicou que Luís Montenegro “tem tido um papel de impedir uma certa radicalização a que o PSD tinha vindo a cair nos últimos tempos, principalmente na demarcação com o Chega e na tentativa de deslocar um pouco o PSD para uma posição centrista e menos direitista”. O ex-deputado evidenciou as semelhanças entre os dois maiores partidos: “As propostas do PSD e do PS são da mesma natureza. Umas são mais estadistas, outras menos estadistas, mas a natureza das propostas é a mesma. E é uma natureza empobrecedora em relação à vida política”.

O casamento da Iniciativa Liberal com a Aliança Democrática significa o completo abandono da identidade do PSD e dos seus parceiros de coligação, mas Pacheco Pereira reconhece esse cenário como plausível. Ressalvou que Montenegro deve manter o “não” ao acordo de governação com o Chega, mas a possibilidade do seu afastamento abre portas a novas negociações, muito ansiadas pelos eleitores que veem na viragem à direita a mudança que o país precisa. “Há muitos que não querem e há muitos que acham que é um mal menor se for para afastar o Partido Socialista do poder. Os argumentos do mal menor são esses e a vontade do poder é grande”, afirma.

José Pacheco Pereira considera particularmente relevante a capacidade de manipulação inerente ao “poder do mau jornalismo”, geralmente muito politizado. “As pessoas obtêm toda a sua informação na Internet, no TikTok, que é o que acontece hoje aos mais novos. É um crescimento do engraçadismo. Não se pode substituir o debate racional por coisas engraçadas”, explica. Acrescenta ainda que “a perda do valor da racionalidade na vida política é uma coisa que é antidemocrática. E, portanto, a democracia está em risco. Não é só a guerra, não é só o futuro, não é só crise do modelo económico. É também uma crise cultural profunda”. O antigo dirigente acredita que o sentido crítico e o tempo para a discussão são as únicas ferramentas para contornar os perigos iminentes do imediatismo.

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