fbpx

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Museu do Tesouro Real: uma caixa-forte aberta ao público

É uma gigante caixa-forte localizada na ala poente do Palácio da Ajuda, em Lisboa, e que guarda uma das mais importantes coleções mundiais de joias e ourivesaria da monarquia. Abriu esta quinta-feira ao público.

Texto de Redação

©ATL

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

É no Museu do Tesouro Real, inaugurado, esta quinta-feira, na ala poente do Palácio Nacional da Ajuda, que as joias da Coroa e as peças da ourivesaria real portuguesa passam a estar expostas, pela primeira vez em morada própria e permanente.

A exposição mostra o "que de melhor se fez a nível de artes decorativas portuguesas e europeias do século XVI até ao século XX", disse o diretor do Palácio Nacional da Ajuda, José Alberto Ribeiro, na pré-inauguração deste museu, dividido em 11 núcleos: ouro e diamantes do Brasil, moedas e medalhas da Coroa, joias do acervo do Palácio Nacional da Ajuda, ordens honoríficas, insígnias régias, objetos de uso civil em prata lavrada, coleções particulares, ofertas diplomáticas, capela real, Baixela Germain e viagens do tesouro real.

“Muitas peças vão com D. João VI para o Brasil. Deixa várias ao filho, D. Pedro IV, manda uma série de peças para o Banco de Inglaterra, que só a rainha D. Maria II manda buscar, portanto há uma série de saídas e entradas de peças que nós procurámos juntar e explicar”, resume José Alberto Ribeiro, sobre o esforço de reunir estas peças.

Numa abordagem aprofundada sobre a origem e percurso das peças que os compõem, o acervo exposto no Museu do Tesouro Real é constituído por raras e valiosas joias, insígnias e condecorações, moedas e peças de ourivesaria civil e religiosa, como é exemplo a coroa, a laça de esmeraldas de D. Mariana, aquela que se pensa ser a segunda maior pepita de ouro do mundo ou a caixa de tabaco encomendada por D. José ao ourives do Rei de França, no séc. XVIII, e que a amante de Luís XV não queria deixar sair de Paris.

Estes símbolos de poder e objetos pessoais de luxo representam uma das mais importantes coleções mundiais, pela sua dimensão, raridade e qualidade e propõe-se contar a história de Portugal vivida a partir do Palácio Nacional da Ajuda, a casa dos últimos reis do país.

Realçando o valor artístico e simbólico das peças, o museu explica o seu papel ao serviço da monarquia, nas funções cerimoniais de representação do poder régio, na devoção real, na atividade diplomática ou no colecionismo oitocentista.

Um museu de alta segurança

O plano original para este museu tem 226 anos, período durante o qual permaneceu inacabada a obra de remate da ala poente do Palácio Nacional da Ajuda, e o projeto que agora se concluiu, começou a ser trabalhado há seis anos.

“A instalação do museu tinha logo à partida uma questão que era muito delicada, que era tentar saber como é que nós poderíamos mostrar esta fantástica coleção do Tesouro Real, em condições de segurança. Esse foi um dos maiores desafios do projeto: tentar encontrar uma solução que desse resposta a esta exigência de segurança”, partilhou João Carlos dos Santos, diretor-geral da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e arquiteto responsável pelo projeto.

Depois de visitados outros exemplos na Europa e no mundo, a decisão foi de construir uma caixa forte – com 40 metros de comprimento, 10 metros de largura e 10 metros de altura, ao longo de três pisos - munida com sofisticados equipamentos de segurança e videovigilância, portas blindadas de cinco toneladas, vitrines com controlo de temperatura e humidade e vidros à prova de bala. Aqui, uma das maiores caixas-fortes do mundo, só entram 100 visitantes de cada vez.

A totalidade do projeto – que incluiu a obra de remate da ala poente do Palácio Nacional da Ajuda, bem como a requalificação do espaço público na Calçada da Ajuda – tem um valor de investimento de 31 milhões de euros – 4,4 milhões provenientes da indemnização do roubo de seis peças da coleção em 2002, em Haia, 18 milhões da Câmara Municipal de Lisboa através da taxa turística, e 9 milhões da Associação de Turismo de Lisboa (ATL).

Cultura e turismo de mãos dadas

O Museu do Tesouro Real, que está aberto todos os dias, contempla ainda áreas técnicas, um serviço de apoio à gestão, um laboratório de conservação e restauro, duas salas de exposições temporárias, um espaço polivalente e um serviço educativo. Os bilhetes têm um valor de 10 euros, com descontos especiais para crianças, jovens e seniores, para escolas, famílias e grupos.

O novo equipamento cultural da capital portuguesa – cujo desenvolvimento envolveu a DGPC, a ATL e a Câmara Municipal de Lisboa – tem como desígnio projetar Lisboa como um destino cada vez mais atrativo para residentes e visitantes de todas as partes do mundo.

“Este projeto é um projeto primeiro para os portugueses, porque valoriza a nossa memória histórica, disponibiliza o espólio antes que nunca esteve disponível para ser usufruído pela nossa população, mas também têm um impacto turístico. Também contamos com o setor do turismo, com um tipo de clientes que pode ajudar a dinamizar este museu. E também porque o museu vai enriquecer Lisboa, como destino turístico”, afirmou Vítor Costa, diretor geral do Turismo de Lisboa.

Esperam-se 275 mil visitantes ao ano para o novo museu, 60% dos quais estrangeiros. O Palácio Nacional da Ajuda soma atualmente 120 mil e trabalha-se na possibilidade de um bilhete conjunto para ambos os espaços, que deverá estar disponível em breve. Para já, há um desconto de cerca de 20%.

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

18 Julho 2025

Tempos Livres. Iniciativas culturais pelo país que vale a pena espreitar

11 Julho 2025

Tempos Livres. Iniciativas culturais pelo país que vale a pena espreitar

4 Julho 2025

Tempos Livres. Iniciativas culturais pelo país que vale a pena espreitar

2 Julho 2025

Candidaturas abertas para o Workshop de Curadores da 13.ª Bienal de Berlim

30 Junho 2025

Desejar: como os desejos de uma cidade se transformaram em festival

27 Junho 2025

Tempos Livres. Iniciativas culturais pelo país que vale a pena espreitar

20 Junho 2025

Tempos Livres. Iniciativas culturais pelo país que vale a pena espreitar

19 Junho 2025

Podcast Capital: Preservação e Valorização do Património, com José Rodrigues e Maria José Sousa

18 Junho 2025

“Hipertexto” – Festivais Gil Vicente, por Isabel Costa e Rita Morais

16 Junho 2025

Para as associações lisboetas, os Santos não são apenas tradição, mas também resistência

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Gestão de livrarias independentes e produção de eventos literários [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Viver, trabalhar e investir no interior

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Introdução à Produção Musical para Audiovisuais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Iniciação ao vídeo – filma, corta e edita [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Desarrumar a escrita: oficina prática [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo Literário: Do poder dos factos à beleza narrativa [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Patrimónios Contestados [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura I – da Ideia ao Projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Artes Performativas: Estratégias de venda e comunicação de um projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Escrita para intérpretes e criadores [online]

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

02 JUNHO 2025

15 anos de casamento igualitário

Em 2010, em Portugal, o casamento perdeu a conotação heteronormativa. A Assembleia da República votou positivamente a proposta de lei que reconheceu as uniões LGBTQI+ como legítimas. O casamento entre pessoas do mesmo género tornou-se legal. A legitimidade trazida pela união civil contribuiu para desmistificar preconceitos e combater a homofobia. Para muitos casais, ainda é uma afirmação política necessária. A luta não está concluída, dizem, já que a discriminação ainda não desapareceu.

12 MAIO 2025

Ativismo climático sob julgamento: repressão legal desafia protestos na Europa e em Portugal

Nos últimos anos, observa-se na Europa uma tendência crescente de criminalização do ativismo climático, com autoridades a recorrerem a novas leis e processos judiciais para travar protestos ambientais​. Portugal não está imune a este fenómeno: de ações simbólicas nas ruas de Lisboa a bloqueios de infraestruturas, vários ativistas climáticos portugueses enfrentaram detenções e acusações formais – incluindo multas pesadas – por exercerem o direito à manifestação.

Carrinho de compras0
There are no products in the cart!
Continuar na loja
0