O mais recente disco do cantor foi editado no passado dia 28 de maio. Contando com a participação de Ana Moura, Profjam, Branko, Tristany, entre outros outrxs artistas, inclui também samples de Giacometti e Dead Combo. O álbum já se encontra disponível nas plataformas habituais.
A diversidade cultural e, por sua vez, musical é uma bagagem que Pedro Mafama explora naquele que é um dos álbuns mais aguardados em 2021. Fazendo-se acompanhar por várias figuras do panorama musical nacional, em parcerias colaborativas, salientando a produção geral do álbum, executada lado a lado com Pedro Da Linha, num sucedâneo de canções que contam com abordagens tão díspares de interpretação como de Ana Moura, em “Linda Forma de Morrer”, Profjam em “Cidade Branca”, a co-produção de Branko no tema “Algo Para a Dor”, ou ainda a viagem de “Borboletas da Noite” com Tristany , o artista abraça a contemporaneidade e resgata memórias, experiências e tradições.
O artista explica ao Gerador que a transformar de forma singular diferentes registos, colher as representações essenciais da cultura portuguesa e trazê-las para a contemporaneidade são, justamente, foi o objetivo de todo o seu trabalho neste álbum "o disco usa essa forma de pensar durante todas as treze músicas e é uma forma de pegar naquilo que me interessa, na nossa cultura, e aquilo que eu acho que nos pode ensinar alguma coisa acerca do futuro; as sonoridades que eu sinto que falam alguma coisa acerca de nós mesmos e sobre o mundo."
“Por Este Rio Abaixo” inclui igualmente samples de Michel Giacometti e de Dead Combo, bem como produções e co-produções de Beatoven, Franklin Beats, Pedro O Mau e Pedro Ferreira. A guitarra portuguesa de Ângelo Freire e os teclados de Monksmith são também parte integrante deste trabalho.
Partindo da escolha de "pessoas que servissem as músicas", o artista recorda que "todas as pessoas foram convidadas porque a música estava a chamar por elas... a Cidade Branca pedia o Mário, o Prof; Borboletas à Noite pedia o Tristany e "Linda forma de Morrer" que foi feita com a Ana ao meu lado, no Alentejo, por isso, pedia também a participação dela. O Branco também entrou, produzindo o "Algo para a Dor" porque ele também tem muito a dizer sobre essa mistura de ritmos mais folclóricos e mais portugueses com os ritmos africanos. É uma pessoa que inaugurou um bocadinho ou que fez muito para que eu tivesse agora a oportunidade de fazer isto, ou seja, fez muitas ligações que me fizeram a mim juntar dois mais dois e chegar a este resultado, também."
Distinguindo-se pela reflexão contínua que Pedro cria em torno do seu papel no universo musical, desde a preocupação com a performance, a escolha do design , o videoclipe, os espaços até as sonoridades, o artista reconhece ainda que "tudo aquilo que eu faço é como se fosse uma canção. Sinto que tudo comunica e é uma hipótese de nos expressarmos. Gosto muito de usar diferentes símbolos visuais e sonoros para criar diferentes suposições de ideias na cabeça das pessoas", completa.
Por este Rio Abaixos erá apresentado ao vivo nos próximos dias 15 e 16 de julho no Lux, em Lisboa, pelas 21h00. Ambas as datas já se encontram esgotadas. O espetáculo irá contar com temas como “Contra a Maré” e “Estaleiro”, entre outras canções que compõem este primeiro registo de longa duração do músico português.