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Teatro D. Maria II acolhe espetáculo em língua gestual portuguesa

Zoo Story é a nova peça do encenador Marco Paiva e entrará em cena a partir do dia 6 de outubro.

Texto de Mariana Moniz

Zoo Story. Créditos: Mário Melo Costa

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“Um grupo de pessoas à procura de se relacionar com um espetáculo”. Este é o mote para a nova peça de teatro, Zoo Story, criada pelo encenador Marco Paiva. Irá estrear no dia 6 de outubro, no Teatro D. Maria II, e será unicamente representada por dois atores surdos, Tony Weaver e Marta Sales.

Zoo Story inspira-se na obra literária de Edward Albee, “The Zoo Story”, e parte do desejo do encenador de “recorrer a um texto canónico da dramaturgia contemporânea, com uma forte predominância retórica, e revisitá-lo a partir de uma língua não oral”. Marco Paiva explicou-nos que a “forte componente narrativa” da obra, problematiza “a relação que uma Língua não predominante, e aqueles que a usam, têm com o sistema social instalado”. Deste modo, a peça de teatro procura desmistificar e explorar todas as formas de comunicação e as suas dificuldades.

Algumas das temáticas representadas em Zoo Story são a qualidade das relações que criamos, e a nossa disponibilidade para saber do outro e do lugar que ocupamos na construção de um espaço democrático. Porém, Paiva contou-nos que serão ainda propostas “questões mais formais sobre a própria linguagem teatral, convidando o público a repensar o seu lugar e nível de participação, bem como o lugar e a forma da palavra no tecido contemporâneo das artes performativas”.

O espetáculo será representado em Língua Gestual Portuguesa, legendado em português e com áudio-descrição, em todas as sessões. Assim, haverá um “encontro raro entre públicos que têm diferentes necessidades e expectativas, e que reconhecerão na prática teatral o seu espaço de representatividade, afirmação e sentimento de pertença”.

Para além disso, a peça distingue-se por procurar a criação de “novos paradigmas na dinâmica social” ou até mesmo tentar “chamar a atenção” de escolas artísticas. “Será que outras estruturas, que já trabalham com artistas com deficiência e S/surdos, ficarão mais atentos às condições laborais destes artistas? Será que vamos, de uma vez por todas, abandonar a ideia do exotismo e normalizar uma prática cultural e artística plural?”, questionou o encenador, referindo-se a alguns dos dogmas que Zoo Story tenciona quebrar.

“O Teatro é na verdade um confortável ambiente controlado, mas será que a descoberta que propomos colaborará de alguma maneira para repensarmos e agirmos sobre a construção de um espaço real verdadeiramente coletivo? Não sabemos, mas esperamos que sim”, concluiu Marco Paiva.

Zoo Story estará em cena, na Sala Estúdio, de 6 a 23 de outubro. No dia 16 de outubro, irá decorrer uma conversa com os artistas após o espetáculo.

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