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AR&PA, a bienal que refletiu a relação entre cultura, património e juventude

Durante os dias 14 e 17 de outubro, a AR&PA Bienal Ibérica de Património Cultural…

Texto de Patricia Silva

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Durante os dias 14 e 17 de outubro, a AR&PA Bienal Ibérica de Património Cultural fez-se sentir no território de Leiria. Contando com a estreia da 1.ª edição dos Prémios Património e de uma dimensão híbrida, a bienal foi o ponto de encontro do setor do Património Cultural durante os quatro dias.

A palavra ‘presente’, destacada pela organização, abraçou 56 expositores, 86 oradorxs e 59 parceiroxs[AS1]  que mostraram ser a resiliência que o setor do Património Cultural afirma. Numa edição que se dedicou a pensar xs Jovens e o Património, a capacidade de superar as transformações sociais e económicas foi também uma premissa que acompanhou os debates e conversas ao longo dos dias.

Reconhecendo que Portugal apresentabaixos índices europeus de consumo de património cultural por parte dxs  jovens com idade entre os 15 e os 24 anos, uma faixa etária que consome e experimenta em grupo diferentes universos culturais como a música, o cinema, as tecnologias, “mas que vive desligada da herança patrimonial que também lhe pertence”, refletiu-se a envolvência dxs mais jovens através de uma relação identitária. Este foi o mote para repensar o equilíbrio que todxs procuram.

Xs jovens subiram ao palco e visitaram os bastidores do Património Cultural. Começando a sua viagem no mercado de expositores, a partir das oficinas de artes & ofícios e as atividades de Educação Patrimonial, seguiram-se de três seminários internacionais com workshops integrados.

Espalhando-se ao longo do Mercado de Sant’Ana, da Igreja da Misericórdia, da Biblioteca Afonso Lopes Vieira e percorrendo o Centro Cívico até ao Teatro José Lúcio da Silva, o Centro Histórico da Cidade de Leiria foi o palco que abraçou a bienal nas suas mais diversas perspetivas.

“Cidadania Cultural” foi uma das expressões que mais se fez ouvir nos diferentes painéis da Internacional Heritage Talks, que decorria na Igreja da Misericórdia, Paulo Pires do Vale, comissário do Plano Nacional das Artes, afirmou que “estamos a promover mais e melhor a democracia. Este é o reflexo da importância da Educação Cultural e patrimonial”.

No primeiro dia da Bienal Ibérica, 14 de outubro, a abertura da mesma assinalou as C&R Talks, pelas 9h45. No espaço de seminário, seguiu-se um olhar voltado para a Educação e Formação na área da Conservação & Restauro das Artes & Ofícios que se debruçava sobre diferentes realidades de restauro e conservação de diferentes áreas, entre elas: arqueologia, música, artesanato, técnicas tradicionais e tecnologia.

Em simultâneo, decorriam nos diferentes espaços visitas escolares, oficinas de máscaras, rodilhas e miniconcertos.

Já da parte da tarde, após a apresentação de apoios Europa Criativa para o Património Cultural, seguiram-se as Tourism Talks, a inauguração e visita guiada à exposição Victória. Depois de diversas apresentações, as performances voltaram à bienal. O relógio assinalava as 21h quando o Rancho da Região da Leiria ocupou o palco. A PATRIMÓNIO BANDS é uma iniciativa que reúne um conjunto de performances musicais, levadas a cabo por uma seleção de membros de bandas filarmónicas e de outras bandas tradicionais locais, junto de elementos patrimoniais icónicos ou desconhecidos dos 10 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria.

Na edição 2021 destacara-se ao longo dos quatro dias performances acústicas que demonstravam atuações itinerantes, participativas, dinâmicas e de conexão com espaços patrimoniais da região. Entre a programação foram as Notas Soltas, Associação das Filarmónicas do Concelho de Leiria, que se fez ouvir na praça Rodrigues Lobo como todas as outras que se foram fazendo ouvir nas diferentes zonas e cidades. Destacaram-se ainda: a Escola de Concertinas do Rancho Folclórico Rosas do Lena; a Associação das Filarmónicas do Concelho de Leiria; a Banda Recreativa Portomosense; Sociedade Musical de Instrução e a Associação das Filarmónicas do Concelho de Leiria, em Leiria; a Sociedade Filarmónica Alvaiazerense de Santa Cecília, em Alvaiázere – Banda Filarmónica Ilhense; o Grupo de Percussão Tócandar, no dia 9 de outubro, pelas 16 horas na Marinha Grande e ainda a Sociedade Filarmónica Avelarense, em Ansião.

Na sexta-feira, dia 15 de outubro, o dia começou com os seminários da Internacional Heritage Talks, que se prolongou pela tarde. Foi num local que trouxe à tona diferentes áreas e perspetivas do Património e dos jovens que a relação entre ambos foi questionada.

Reconhecendo a Escola como momento de liberdade e valorizando o tempo como uma noção de que pretende descentralizar-se xs oradorxs das mais diversas zonas do mundo refletiram medidas e políticas públicas que permitem a orientação, contacto e questionamento entre xs jovens e aquele que é o património mais próximo de si. O ‘desconhecido’ foi um outro termo destacado, na medida em que acompanha uma relação que tende a decair ao longo dos últimos anos, algo que a Bienal refletiu e pretende combater nas suas realidades.

Ao longo do dia o mercado de expositores recebeu longas visitas, em que as diferentes gerações se mostravam presentes. A Herit Us – projeto e plataforma foi uma das apresentações mais evidenciadas ao longo da bienal, assim como o projeto Flâneur ao Centro.

No terceiro dia da Bienal, a cerimónia dos prémios Património aconteceu entre as 19h30 e as 21 horas. Determinados como um sintoma do reconhecimento e da importância patrimonial, nesta 1.ª edição a bienal distinguiu as boas práticas no setor do Património nos dois anos antecedentes à data de atribuição dos Prémios, galardoando Projetos, Entidades e Profissionais nacionais atuantes no setor. A cerimónia teve lugar no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, no âmbito da AR&PA Bienal Ibérica de Património Cultural 2021.

A 1.ª edição dos Prémios contou com 45 candidaturas, provenientes de todas as regiões do país, de diferentes áreas de atuação representativas tanto do setor público, não governamental, como empresarial. Das candidaturas enunciadas, foram premiados 6 projetos, tendo todxs xs vencedores sido galardoadx com um troféu de vidro da Marinha Grande, da autoria de PoeirasGlass, Lda. Ao longo da bienal decorreram diferentes iniciativas online – #EUSOUPATRIMONIOLEIRIA – entre elas a “Call to action” para produção e partilha de selfies com o património da região de Leiria, aberto a todos e com o objetivo de promover uma relação espontânea, regular e identitária com o património e a “Tire uma selfie com o Património – seja ele um mosteiro, uma rua histórica, uma banda filarmónica ou um doce tradicional – e partilhe-a através de #eusoupatrimonioleiria!”.

No dia 17 de outubro, decorreram diferentes roteiros pela cidade, relacionados com o património industrial e que aproximavam-se ao skate e às bicicletas. A Cerimónia Prémio InstaHeritage fechou aquele que foi o último dia da bienal. Patente na galeria da Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira, a exposição que resulta de um conjunto de masterclasses de fotografia, organizadas nos dez municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMPL) uma iniciativa, organizada pela Spira – Revitalização Patrimonial, desde 2013. Ao todo, 35 fotografias, de sete jovens, compõem a mostra InstaHeritage. Inserida na programação, no dia 17 de outubro a vencedora, Maria Bartholomeu, ganhou um smartphone.

Texto por Patrícia Silva
Fotografia retirada do Facebook oficial AR&PA Bienal Ibérica

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