No Barómetro ao Milímetro deste mês olhamos para a forma como os inquiridos obtêm informação sobre as atividades culturais em Portugal.
Neste campo, as preferências mantêm-se face ao ano anterior, com as redes sociais a verem a sua importância a crescer cada vez mais. Em segundo lugar mantêm-se as indicações de amigos e familiares, demonstrando mais uma vez a importância do “passa a palavra”, que é seguido da internet.
Quando analisamos a forma como as diferentes gerações acedem à informação relacionada com as práticas culturais, faz sentido destacar determinados formatos clássicos: a TV, a rádio e a publicidade na rua ainda são relevantes para os segmentos etários mais velhos, mas têm pouca adesão por parte dos mais novos. A mesma inclinação acontece com os jornais ou as revistas, sendo que, neste caso, todos os valores são relativamente baixos.
As redes sociais, no entanto, têm o comportamento contrário, com uma presença extraordinariamente significativa, acima dos 80%, para os entrevistados até aos 34 anos, baixando para cerca de 50% para o segmento mais velho. Mas, convém sublinhar que, mesmo este último segmento, continua a apresentar valores bastante relevantes. As redes sociais são, portanto, o local certo para investir em comunicação cultural.
O Facebook e o Instagram têm uma presença muito clara, embora estejam a descer no nível de utilizadores em relação a 2021. LinkedIn cresce significativamente, apesar de manter valores baixos, e o TikTok sobe cerca de 10 pontos percentuais, o maior crescimento, começando a revelar-se uma rede relevante, constituída, acima de tudo, por jovens até aos 25 anos.
O WhatsApp é utilizado praticamente de forma universal, apresentando, no entanto, limitações como instrumento de comunicação cultural, já que não dispõe de publicidade. Por outro lado, o Youtube tem também uma penetração na população muito elevada, podendo constituir uma solução muito interessante para publicidade de iniciativas e espaços culturais.
Regressando à avaliação sobre o modo como os entrevistados se informam para escolher os eventos culturais em que participam, é interessante realçar que a palavra de amigos e familiares é o meio mais importante para quem tem a escolaridade inicial.
Por outro lado, a opinião da crítica especializada e os folhetos e cartazes em espaços culturais são as ferramentas mais utilizadas pelos públicos com maior escolaridade. Esta é, aliás, uma característica muito distintiva entre diferentes níveis de escolaridade.
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Mensalmente mergulhamos no Barómetro da Cultura para te trazermos novas análises sobre a relação da população de Portugal com a cultura.
O Barómetro da Cultura é um estudo anual que analisa a opinião dos portugueses sobre a cultura. Realizado pela primeira vez em 2019, o âmbito do questionário deste ano incidiu, principalmente, nas consequências da pandemia na sociedade e na cultura. Sabe mais sobre o relatório de 2022 aqui e pede o teu relatório completo aqui.
Síntese Ficha Técnica
O universo do estudo é constituído por indivíduos com idade igual ou superior a 15 anos, residentes em Portugal Continental e Ilhas. A Amostra, com 1.200 entrevistas validadas, foi estratificada por região, sexo e escalão etário, em Portugal Continental, e por Ilhas, e distribuída em cada estrato de acordo com a repartição da população alvo em cada estrato. As entrevistas foram realizadas de 22 de março a 19 de abril de 2022, através de um questionário aplicado online utilizando o método CAWI (Computer Assisted Web Interview). Os resultados são apresentados com um nível de confiança de 95%. A margem de erro para a média na escala 1 a 10 é de 0,14 pontos e a margem de erro para a proporção é de 3,13 pontos percentuais.