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Conversa com João Moura, Oseias e Young Boda: “Não digam que o Hip Hop está a morrer, está bem longe disso”

Em 2012 surgia Rap Notícias, um site que se propunha a dar notícias relacionadas com…

Texto de Carolina Franco

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Em 2012 surgia Rap Notícias, um site que se propunha a dar notícias relacionadas com o universo do rap. Vivo e de boa saúde até hoje, ainda dirigido pelo seu fundador, João Moura, foi habituando quem faz do rap a banda sonora da sua vida a festas e lançamentos que reforçam a ideia que o Hip Hop desde o começo defende — de comunidade. Em 2016 João Moura integrou o grupo Três Pancadas, que partilha com Sam the Kid e Sir Scratch na TV Chelas, onde vai fazendo um Raio-X do rap tuga. No mesmo ano criou com Rodrigo Balona It’s a Trap, um projeto que junta Rap Notícias a GRAVE e por onde foram passando DJs como Oseias e Young Boda, e rappers como ProfJam e Sippinpurpp.

A antecipar os dois momentos de programação It’s a Trap, que decorrem no Festival Iminente já amanhã, convidámos João Moura, Oseias e Young Boda para uma conversa acompanhada por um café na Central Gerador. Do trap ao “rap mais lírico”, entre a nova escola e a velha escola, juntaram-se em cima da mesa o panorama atual do Hip Hop, o preconceito (cada vez menos presente) contra o trap e a vivacidade do movimento. Para João Moura, Young Boda e Oseias não há meias palavras: “O Hip Hop está mais vivo do que nunca.”

Gerador (G.) — Chamamos-vos à Central partindo dos dois momentos It’s a Trap que vão acontecer no Iminente, por isso começo por te perguntar a ti, João, em que é que consistem esses dois momentos e como é que foi feita a seleção dos artistas.
João Moura (J.M.) — O mais importante desses momentos é, além das pessoas que gostam do It’s a Trap estarem lá presentes, que as que nunca ouviram falar ou não tiveram a oportunidade de ir a uma das nossas festas percebam a energia que têm e por que é que têm tido tanto sucesso. Os nomes que estão associados já trabalharam com qualquer um de nós que formamos esta família It’s a Trap, por isso é quase uma junção do género que consumimos todos — não só a organização como o público — filiado à família It’s a Trap. Não há alguém que seja desconhecido do outro. 

G. — As festas It’s a Trap já existem há mais de dois anos. Foste buscar esse conceito partindo de alguma falha que detetaste na programação musical, até pela ascensão do trap nos últimos tempos?
J.M. — Quando nós fizemos o primeiro evento ainda não se podia falar de uma ascensão do trap. Eu e o [Rodrigo] Balona reunimos para criar um evento que juntasse a GRVVE, produtora dele, e o Rap Notícias, mas ainda não tínhamos um conceito pensado. A partir daí marcámos uma data e começámos a pensar num conceito. Escolhemos o nome It’s a Trap e o resto foi surgindo. Pessoas como o Young Boda e o Oseias, o grupo de amigos de cada um deles, e o público que se ia juntando às festas, também acabaram por moldar o evento. Não podemos dizer que fomos nós os autores deste formato; fizemos uma festa e a partir de quem lá ia começou a construir-se um movimento que, sem querer, culminou no trap a rebentar em Portugal. 

G. — Young Boda e Oseias, vocês fazem parte dessa família de que o João está a falar e também devem ter uma noção de quando é que o trap surgiu em Portugal com mais força. Mas o que vos quero perguntar, e talvez seja um pouco abstrato, é como é que vêm o panorama atual do rap em Portugal.
Young Boda (Y.B.) – Acho que ultimamente tem tendido um bocado para a cena do trap, o que acaba por se relacionar com este crescimento. Outros artistas que já faziam outro tipo de Hip Hop, agora tentam abordar o trap, porque é uma sonoridade diferente, que por exemplo em festa é muito mais intensa e resulta bem. Eu vou ser sincero, atualmente quase só ouço trap. E sinto que já se ultrapassou um bocado o preconceito que se tinha em relação a este género que havia inicialmente, porque era visto como “a cena dos putos”. Agora passaram dois anos e é uma coisa normal. 

J.M. — Como já há várias ramificações dentro do trap, também. 

Y.B. — Exato. E na verdade os artistas que vão cantar connosco acabam por não ser só de trap, há sempre essa abertura e as festas conseguem ter abrangência. No caso dos momentos It’s a Trap no Iminente, temos o Minguito que é, neste momento, um artista de drill —  algo que veio do trap entretanto—, e o Julinho KSD, que faz muitas coisas e é muito completo. Mas eu passo muito Julinho nas festas It’s a Trap, mesmo não se inserindo no género.

G. — E tu, Oseias, como é que tens visto o panorama do trap?

Oseias (O.) — É um bocado como o Young Boda disse, no início não se aceitava muito e nem sei bem por que motivo. Eu acho que dá para nós gostarmos de uma coisa e a ouvirmos sem termos de falar mal da outra. Acontecia muitas pessoas criticarem o trap só porque sim, mas hoje em dia está muito mais normalizado. As pessoas já não falam mal especificamente por ser o trap, é mais porque ou não gostam do cantor em específico.

Y.B. — Antes bastava ouvirem o início do beat e não gostavam. Mas isto acontece porque Portugal é um país muito pouco relaxado.

O. — As pessoas demoram a aceitar as coisas.

J.M. — Mas a partir do momento em que começas a passar trap numa rádio com regularidade, o ouvido das pessoas abre-se de maneira diferente e até começa a ser mais fácil aceitar que o trap é fixe. No inicio foi difícil de mostrar isso, mas sempre houve pessoal que gostava de trap antes sequer de haver It’s a Trap.  

Y.B. — E uma coisa que ajudou muito também foi o Instagram e o Twitter, porque há toda uma cultura visual associada ao trap também, e uma coisa acaba por puxar a outra.

Da esquerda para a direita: Oseias, Young Boda e João Moura

G. — Acham que esse preconceito se prende com a falta de representatividade do rap nos media, daí também haver a necessidade de se criarem plataformas especializadas como o Rap Notícias, o Rimas e Batidas ou até o TV Chelas? Ainda é exótico escrever sobre Hip Hop noutros media?
J.M. — Depende das gerações. Eu acho que a geração do Oseias está mais ligada à internet e são poucos os que perdem tempo a ler um artigo num jornal, por isso procuram a informação que querem. Mas se falarmos da minha geração e do Boda ou até mais velhos, acho que tens razão. Numa fase inicial, quando o Hip Hop rebentou em Portugal foi difícil levar esse rebentamento para dentro dos media, talvez pelo preconceito que lhe estava associado. Mas atualmente não há sequer maneira de não falar em Hip Hop e não o introduzir no mainstream — seja num programa de televisão ou numa telenovela — porque está por toda a parte. 

Y.B. — E os próprios festivais se foram adaptando. O Sumol Summer Fest era um festival de reggae e hoje em dia é um festival maioritariamente de Hip Hop. 

J.M. — Mas na verdade, como no Hip Hop estamos inseridos num movimento também achamos que não precisamos dos media para ter algum tipo de visibilidade ou credibilidade. Os media dentro do nosso movimento vão informar quem quiser saber. 

Y.B. — Nós somos o nosso próprio media.

J.M. — Nos dias de hoje um rapper ir ao Curto Circuito ainda é uma espécie de carimbo de qualidade para as pessoas de fora, mas quem está dentro do movimento não vê aquilo como um feito. É mais uma contextualização para quem está de fora, porque não é nada de novo para quem já acompanha.

G. — Young Boda, há pouco referiste os festivais de verão. Sentem que os programadores também estão mais atentos?

O. — Sim, há três ou quatro anos era impensável ver artistas como o Travis Scott ou o Future num cartaz de festival em Portugal e com concertos esgotados. 

Y.B. — Eu e o João Moura sofremos um bocado disso porque houve uma altura em que se quiséssemos ver essas pessoas, tínhamos de sair de Portugal. E ainda assim quando vem cá um americano continuamos a pensar “finalmente”. 

J.M. — Eu acho que a longo prazo, se continuarmos com esta dinâmica de festival, vai ser normal termos cá mais nomes do Hip Hop — quem sabe um Jay-Z ou até um Drake. Os programadores sabem que podem aprofundar esse formato porque vai valer a pena e ser rentável, há público para isso. E os festivais moldam-se ao que o público quer. 

 Y.B. — Os velhos morrem, os novos crescem e já têm dinheiro para organizar coisas e da geração deles há uma data de pessoas que já queriam ouvir algumas coisas em festivais e não podiam porque quem os organizava não apostava nisso; e hoje somos nós a organizar. A nossa cultura é completamente diferente da de quem estava cá antes e ainda bem. Eu achava que isso nunca ia acontecer, por acaso.

G. — A prova disso é que por exemplo o Prof Jam ainda este ano no Primavera Sound estava em palco a dizer que tinha lá estado há um ou dois anos e nunca imaginou que ver-se daquele lado tão cedo. Pensando nessa rapidez com que as coisas acontecem, pergunto-vos como é que especialmente MCs conseguem surgir da cena do rap atualmente. Se antes a Liga KnockOut podia ser um espaço para isso, acham que o movimento It’s a Trap é isso nos dias de hoje, uma plataforma onde vão surgindo novos nomes?
J.M. — Eu tenho a certeza. Até porque dentro da plateia do It’s a Trap tens montes de pessoas que fazem música trap porque aquele ambiente acaba por ser contagiante. Na primeira It’s a Trap o Oseias disse-me que o Yuzi estava com ele, perguntou-me se ele podia subir e cantar com ele um som que nunca tinha sido gravado em estúdio. Ou seja, o Oseias tinha um instrumental da net, o Yuzi sabia a letra dele, e aquilo fluiu e foi no dia que o ProfJam viu o Yuzi e acabou por o levar para a Think Music.  Isto aconteceu de uma maneira completamente freestyle e só ali naquele dia houve uma ligação entre as pessoas que estão a criar hoje em dia uma das maiores plataformas de música atual.

Y.B. — Tanto o Yuzi, como o Sippinpurpp como o Lon3r Johny cantaram na It’s a Trap antes de estar na Think Music. E não só para artistas que estão agora a começar, a It’s a Trap tem vindo a ser vista como uma festa de referência no género. Tens mesmo muitos artistas que aspiram a cantar na festa, porque é o pico do género em Portugal dentro do género. 

J.M. — E quem vai regularmente às nossas festas sabe que há muitas coisas que acontecem e que não estão no cartaz. Se o Boda quiser levar um convidado que lançou uma música na semana passada, a gente nunca diz que não. E acaba por haver ali acontecimentos que ficam marcados por terem sido os primeiros momentos de artistas que hoje estão em altas e que começaram no It’s a Trap, como também é o caso do Sippinpurp, que deu o primeiro concerto dele em palco lá, a partir de um set do Oseias. Eu sinto que no movimento do It’s a Trap existe também essa cena de se aparecer algum outsider que realmente é bom, vai ser abraçado.

Y.B. — E não há necessidade de ir à televisão ou à rádio. A It’s a Trap é uma cultura de partilha gigante e quando as pessoas apreciam a música, vão atrás do trabalho daqueles artistas. Por exemplo o Yuri NR5 não tem videoclipes ainda, já cantou nas Traps e graças a essa cultura de partilha tem tido buzz.  

J.M. — Para quem gosta de trap em Portugal podemos falar de buzz, para quem não está tão dentro essa exposição não existe tanto. 

As festas It's a Trap percorreram vários pontos do país nos últimos dois anos

G. — Mas acham que têm conseguido ir buscar pessoas que não são desse mundo, ou que acabam por ficar um bocado numa bolha? 

J.M. — Não é bolha porque acaba por ser um circuito aberto. Qualquer pessoa pode ir a uma festa, estamos abertos a que nos mandem músicas nas redes sociais ou por e-mail; não existe qualquer tipo de bolha. Existe um filtro mínimo para o que faz sentido pôr lá ou não. Mas não existe um circuito fechado sequer entre nós, porque se houver alguém de fora que para nós faça sentido estar lá, vai estar. 

Y.B. — Há sempre a necessidade de filtrar, porque também há muita gente que tem muitos amigos e às tantas a cena cresce desmedidamente. E acho que uma coisa que acontece atualmente é que as pessoas conseguem ter atenção à primeira, mas depois não conseguem dar seguimento a isso, não conseguem surpreender. Mas esse é um problema recorrente em qualquer meio artístico.

G. — E qual é que é a vossa relação com outras gerações do rap? Muito recentemente o X-Tense fez quase uma divisão em Pablo, a nova série dele. A nova escola e a velha escola são, realmente, uma cena?
J.M. — Eu acho que essa divisão realmente existe, fundamentalmente porque a velha escola é muito mais lírica e a nova escola mais melódica. O que acontece, no fundo, é que a velha escola está preocupada que o Hip Hop se mantenha fiel às suas origens  — e o Hip Hop vai manter-se sempre fiel às suas origens porque vai haver sempre pessoal a fazer esse tipo de rap —, mas como existe uma nova vaga que realmente tem vibes muito cativantes, isto rebenta e o pessoal mais velho pensa que esta vibe está a tapar a antiga, e não é verdade. Esta é a minha opinião, que acabo por estar um bocado entre as duas. 

Y.B. — É muito mais comercializável, rapidamente passa para ambientes noturnos, e tem letras mais fáceis de decorar. Acho que é mais fácil vender trap por esses dois motivos. 

J.M. —Mas não digam que o Hip Hop está a morrer, está bem longe disso. 

O. — Está mais vivo do que nunca. 

J.M. — Para mim haver um subgénero significa que há um enriquecimento do género em si. Quanto mais subgéneros houverem e mais gente a criar música por si, melhor.

Y.B. — E quanto mais gente houver a viver da música. Quando tens mais MCs e DJs que consegue fazer vida do Hip Hop em Portugal, isso significa que está mais vivo do que nunca. 

J.M. —Nós nunca tivemos tantos artistas profissionais no nosso país dentro do movimento como agora. Eu percebo que há pessoal que já estava cá há 10 ou 15 anos e vê esta onda a passar e não a apanha, mas isso acontece em todo o mundo. 

Young Boda e Oseias estão na It's a Trap desde o início da sua história

G. — Há uns tempos falei com uma Bgirl que me disse que achava que os elementos do Hip Hop se separaram para se profissionalizarem, precisamente.

J.M. — Há pessoal que diz que o trap não é tão ligado ao Hip Hop porque não consegue juntar-se a outros elementos, mas ao mesmo tempo há quem dance o que passa nas festas It’s a Trap. Quando isto cresceu, alguns b-boys sentiram-se meio afastados do movimento, porque viram rappers a tornar-se profissionais, DJs a andar com eles de um lado para o outro e o crescimento não foi feito em bloco. Mas eu acho que isso tem a ver com o que se relaciona mais com entretenimento para quem está de fora. Acho que é mais fácil um DJ ou um rapper chamar a atenção de uma pessoa exterior do que propriamente um b-boy. Se pensarmos bem não é do conhecimento do público muitos Bboys ou Bgirls que sejam estrelas, enquanto rappers...

Y.B. — O que acaba por ser frustrante para algumas pessoas, até no rap, é que há quem passe anos a tentar e depois chega alguém com um single à internet que consegue explodir e tornar-se o hit da carreira. E as rádios também estão muito mais atentas ao que se passa na internet, o que ajuda a catapultar esses mesmos hits do rap.  

J.M. — Eu não ouço rádio, mas posso sintonizar-me numa Mega Hits ou numa Cidade e apanho umas seis ou sete músicas de rap tuga seguidas. Hoje em dia isso acontece. Antes passava Da Weasel, Mind da Gap, Boss AC, mas só os projetos mais conhecidos é que tinham esse destaque.

Y.B. —Lá está, mas eram artistas de TV, e tiveram de trabalhar muito até lá chegar.  

G. — E agora está a haver toda uma fase de regresso, com os Dealema a voltar à cena e os Da Weasel a juntar-se para um concerto. A próxima festa da It’s a Trap também propõe um regresso ao passado.

Y.B. — A “Brilhantes Diamantes” vai passar de certeza!

J.M. — É uma festa com um conceito fácil e um público fácil, não sei porque é que ainda não tinha sido feita. Era efetivamente uma lacuna. 

O. — E há sons que podemos passar hoje e já entram no conceito Throwback que não entrariam há 5 anos, ainda eram muito recentes. 

Y.B. — Claro, e que atualmente já puxam para a nostalgia. Os sons que vamos passar também não podem ser muito antigos, aquilo é entre 2000 e 2010. 

G. — E em Lisboa há espaços que se possam dizer que são do Hip Hop?

J.M. — Há espaços que ficam associados ao Hip Hop pelo número de festas que lá são feitas. Mas tens espaços como o Musicbox ou o Titanic sur Mer, que dão para entre 300 e 600 pessoas, ou casas de 1000 como o Time Out ou o Lisboa ao Vivo. Mas se quiseres trazer um nome grande cá a Portugal tens de sair desses espaços, e o que tem uma capacidade maior em Lisboa a seguir ao Lisboa ao Vivo é o Coliseu, que já leva 4000 pessoas, onde as questões logísticas tornam o evento menos fazível. Por isso acabamos por nos sentir presos, não podemos arriscar. No Porto tens o Hard Club continua a ser um lugar mítico, sem dúvida; qualquer evento de Hip Hop que aconteça lá continua a ter a mesma intensidade, com novas gerações mas a mesma energia. Em Lisboa falta um espaço assim; temos sítios que também são para cenas de Hip Hop, mas não temos O espaço. 

G. —Acham que o rap é o que se aproxima mais das novas gerações por ser o mais real?

J.M. — Essa é uma pergunta difícil, porque atualmente eu vejo pessoal mesmo muito novo a ouvir rap, mas também porque o rap está em todo o lado. E por norma o rap que está em todo o lado não é aquele que eu, se quisesse mostrar rap a alguém, mostrava. Mas, ao mesmo tempo, acho que os nomes que aparecem na rádio ou na televisão são aqueles que despertam os mais novos a ouvir rimas e que podem incentivá-los a ir para casa procurar outras pessoas que também rimem, mas num registo diferente. O som de uma novela ou dos Morangos com Açúcar pode ser o ponto de partida para alguém ir ouvir outras coisas. 

Y.B. — Mas essa questão do real é muito importante. Eu acho que as pessoas antes ouviam Hip Hop de uma forma muito literal, como se tudo o que tudo o que tu dizes tivesse de ser tudo aquilo que te define. Hoje há uma capacidade maior de ver as rimas de uma maneira mais abstrata e abordar o rap mais pela música, ainda que exista um certo estigma porque as pessoas têm uma relação demasiado próxima com as palavras. Vai-se perdendo um bocado a ideia de que se não fizeres aquilo que cantas não és real. Tens miúdos a falar de armas e nunca pegaram numa arma; é entretenimento. Não tem de ser tudo literal na vida, podes ter uma abordagem mais distanciada daquilo que absorves e aquilo que propagas.   

G. — Ainda que as vossas escolhas musicais não vos definam, quais são os concertos que não querem perder no Iminente? 

J.M. — Jay Eletronica, Common, Just Blaze

Y.B. — Just Blaze e o Common... nunca pensei ver Common na minha vida, há uns 10 anos.

O. — Eu estou igual, são os nomes que quero ver. Mas acabas por ter um cartaz super completo, porque mesmo aqueles que já viste tens vontade de ver outra vez, os artistas foram bem escolhidos e encaixam bem uns com os outros.

Common atua no dia 20 de setembro no Panorâmico de Monsanto

Young Boda e Oseias integram It’s a Trap Experience no Festival Iminente amanhã, 19 de setembro, à 01h00 no Palco Cave. Juntam-se a eles Syl, Circa Papi e 20Chatear. Antes deles Julinho KSD, Minguito, Shocks49 e convidados atuam no Palco Outdoor às 23h00, numa co-produção entre o Iminente e a It’s a Trap.

Consulta aqui a programação completa desta edição do Festival Iminente.

Texto de Carolina Franco
Fotografia de Andreia Mayer
O Iminente é parceiro do Gerador

Se queres ler mais entrevistas sobre a cultura em Portugal, clica aqui.

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