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“Decidi partir e não morrer. É por isso que (…) sou uma heroína.” Esta é a história da refugiada Ajor

“Quando me perguntaram quem eram os meus heróis, eu respondi que era eu. Eu sou…

Texto de Flavia Brito

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"Quando me perguntaram quem eram os meus heróis, eu respondi que era eu. Eu sou uma heroína. Decidi proteger os meus filhos, decidi partir sem a ajuda de ninguém, decidi sobreviver. Eu e os meus filhos íamos viver", assim começa a ser narrada a história de Ajor, do Sudão do Sul, no último episódio do podcast "Travessia", que conta as histórias de mulheres refugiadas e requerentes de asilo, em Portugal.

Ajor nasceu em Bahr el-Ghazal e passou a infância entre o Sudão do Sul e Cartum, no Sudão, "escapando às tensões que começavam a escalar entre as tribos e as milícias". 

Foi só depois dos seus dois filhos terem nascido que o conflito explodiu. A guerra tornou-se mais violenta e "as pessoas começaram a fugir de aldeia em aldeia". Muitas foram assassinadas. 

"Vi muita gente a ser assassinada à minha frente", mas continuei a seguir a minha família, até que um dia, no meio de um ataque, vi o meu filho correr e cair. Ele tinha partido os dentes e eu decidi partir", relata esta refugiada, que abandonou o marido e a família para proteger os seus filhos.

"Com muita dificuldade conseguimos chegar a Cartum, capital do Sudão. Íamos a pé, permanecíamos em diferentes aldeias e, às vezes, dormíamos na rua. Demorámos quase um mês a chegar, mas a situação tinha-se tornado complicada, porque o governo de Cartum já não aceitava os cidadãos do Sudão do Sul, que entretanto se tinha tornado um país independente", conta. 

Esta é a sua história, até chegar a Portugal:

O projeto "Travessia", que culminará também num livro ilustrado, é resultado de três meses de um programa da Ambigular, uma organização que trabalha técnicas de storytelling com comunidades em situação de exclusão social e cultural, em parceria com a Adolescere - Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente.

Ajor, Hiba, Wasan, Saidia, Salwa e Blessing atravessaram continentes, desertos, mares e fronteiras, até chegarem ao nosso país. Vieram do Iraque, da Nigéria, do Sudão e do Sudão do Sul. Fugiram da guerra, e não só. Em seis episódios, estas seis mulheres vão levar-nos pelos caminhos que percorreram, sempre como protagonistas e detentoras das suas narrativas.

Lê aqui a entrevista a Maria de Azevedo Brito e Rose Dekker, responsáveis pelo projeto "Travessia", o primeiro da Ambigular, em Portugal – uma organização que publica histórias, na perspetiva de quem as vive, de forma a cocriar, com as comunidades em situação de exclusão social e cultural, “uma representação mais justa”.

Todas as semanas, no Gerador, vamos dar-te a conhecer mais um episódio de "Travessia".

Conhece também as histórias de WasanSaidiaSalwaBlessing e Hiba.

Texto por Flávia Brito
Imagem da cortesia da Ambigular
O Gerador é parceiro da Ambigular

Se queres ler mais entrevistas sobre a cultura em Portugal, clica aqui.

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