O São Luiz abre hoje as portas à programação de dezembro. Como tem vindo a acontecer ao longo da última década, o último mês do ano inicia-se com a Gala Abraço, que simbolicamente assinala o Dia Mundial da Luta contra a SIDA desde 1992. Durante o resto do mês, há concertos, conversas e performances que convidam à reflexão.
Com direção artística de Deborah Kristall, a Gala Abraço tem vindo a ser um momento de celebração “com muitas purpurinas e espetáculo de transformismo”. Foi também o espaço onde se estrearam drag queens como Symone de La Dragma, e onde se recordaram figuras importantes para a história do evento, como Carlos Castro, o seu fundador.
Nesta edição, relembra-se “a importância da inclusão e da solidariedade, numa noite pela defesa dos direitos humanos e da igualdade, para sublinhar que é na diferença que está a riqueza”. Numa entrevista ao Gerador, a fotógrafa Estelle Valente, que fotografa os bastidores do evento há alguns anos, descreveu este momento como "dos momentos mais divertidos que o São Luiz vive todos os anos". "Nunca os camarins foram tão animados".
Já no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, a associação O Dom Maior apresenta a sua Gala de Natal, desta vez para recordar Carlos Paião “e as suas canções eternas”, com apresentação de António Sala. No dia 7, o Coro Infantil da Universidade de Lisboa apresenta o projeto Cantar e Dançar em Coro, dirigido por Erica Mandillo, um espetáculo para todas as idades. Já nos dias 11 e 12, é o Coro Juvenil da Universidade de Lisboa que apresenta a Cantata cénica Quimera, de João Lucena e Vale.
No dia 5 de dezembro, a Sala Luis Miguel Cintra enche-se com a voz de Marco Oliveira, fadista e cantautor, que interpreta Ruas e Memórias, o seu terceiro álbum, que é também a última produção musical em estúdio de José Mário Branco, responsável pelos arranjos e direção musical. Na folha de sala, recorda-se as palavras que José Mário Branco dissera a Marco a propósito do seu disco: “Tens consciência de que vais fazer um disco muito triste? Faz lembrar o poema ‘Ah quanta melancolia’ do Pessoa. Tens uma imensa amargura — a amargura domina o conjunto todo”. Será, também, uma forma de homenagear José Mário Branco através do seu trabalho, que o eterniza.
Entre os dias 14 e 20 de dezembro, as salas Mário Viegas e Bernardo Sassetti recebem o ciclo Um coração normal, que se propõe a refletir temas da identidade de género e orientação sexual, composto por três momentos: “Identidades, uma conversa informal sobre o tema, com testemunhos na primeira pessoa e a participação de especialistas; Vita & Virginia, de Eileen Atkins, uma compilação de 20 anos de cartas entre as escritoras Virginia Woolf e Vita Sackville-West, particularmente a correspondência trocada nos anos 20, quando se conheceram e apaixonaram; e Gejaĉo, um ato performativo tornado ritual, onde também se quer transitar da biografia individual para a inclusão de todos os que dele quiserem fazer parte”. O ciclo tem coordenação do Teatro do Vão e conta com nomes como Daniel Gorjão, João Villas-Boas, Paulo Pascoal e Rita von Hunty.
Uma vez que o concerto dos Dead Combo, programado para os dias 20 e 21 de dezembro, foi cancelado, o último espetáculo do mês de dezembro será IMPULSÃO, um momento de homenagem a Jorge Garcia prestado pela Escola de Dança do Conservatório Nacional, nos dias 17 e 18 de dezembro. Serão três peças coreografadas — uma neoclássica, por José Luís Vieira, uma contemporânea por Margarida Belo Costa, e uma clássica por François Mauduit.
A partir do dia 1 de dezembro, de acordo com as novas medidas para acesso a eventos com lugares marcados, é necessário apresentar certificado de vacinação ou recuperação válidos, ou certificado de testarem negativo (PCR, realizado nas 72h antes do espetáculo; antigénio nas 48h antes). Sabe mais sobre a programação completa para este mês, no São Luiz, aqui.