O escultor José Aurélio inaugura amanhã, dia 29 de julho, na Sociedade Nacional de Belas Artes, a exposição "Oitavas da Oficina". Com curadoria de Laura Castro, a mostra, patente até 22 de setembro, integra a programação da 1ª Bienal de Joalharia Contemporânea de Lisboa.
"A obra escultórica de José Aurélio é de grande relevo e longevidade, assumindo particular destaque no espaço público", pode ler-se no website do museu. "Em paralelo, a sua obra de joalharia, foi desenvolvida em estreita afinidade com o seu restante trabalho, como manifestação das suas relações e memórias de amor e até como reflexo do seu posicionamento político."
José Aurélio iniciou as suas primeiras experiências na joalharia no Estúdio SECLA, nas Caldas da Rainha, a partir de 1958. A joalharia passou a ser uma constante na sua vida até à atualidade, numa produção de mais de 60 anos. Projetadas nos mais diversos materiais - cerâmica esmaltada e vidrada, ouro, prata, chumbo, plástico, coral, elementos preexistentes-, as suas peças distinguem-se pela sua expressividade e simbolismo.
Segundo a curadora, esta exposição tem por base "uma ampla escolha de peças capaz de transmitir a diversidade e a abrangência do trabalho de José Aurélio como criador de joias. Tal escolha, que também exalta as afinidades entre joia e escultura, faz justiça a uma obra que não se desenvolve na cronologia linear nem nos códigos e convenções da joalharia."
"Nenhuma matéria, nenhum processo de fabrico, nenhuma forma ou sugestão de forma são estranhas a José Aurélio. O achado e o acaso, a apropriação e a transformação, o uso de matérias nobres e de materiais pobres, o conhecimento e a reinvenção oficinal, o recurso a técnicas entre arcaísmo e erudição cruzam-se numa obra dificilmente classificável", acrescenta Laura Castro.