fbpx

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Mário Costa chega a bom ‘porto’ com Oxy Patina, a solo. Desta vez o seu destino é o Land Art Festival

O Land Art Festival (LA) recebe o compositor Mário Costa, com o concerto “Oxy Patina –…

Texto de Patricia Silva

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

O Land Art Festival (LA) recebe o compositor Mário Costa, com o concerto "Oxy Patina – Circum-Navegação - Solo", no dia 19 de setembro, pelas 18h30. Em terras de Sever do Vouga, o artista viaja pelo passado e recorda a primeira viagem de circum-navegação liderada por Fernão Magalhães.

Oxy Patina. "É um nome que fico no ar, talvez porque poucos o conhecem". É através da junção "perfeita" das duas palavras que Mário Costa pensa e edifica um projeto que se assinala a sua existência desde 2017, "surgiu quando gravei o meu primeiro disco. Eu apresentei um concerto e gravei esse mesmo concerto e, a partir daí, surgiu o meu primeiro disco, com o nome Oxy Patina. Entretanto, decidi adotar esse nome para o meu projeto", explica o artista.

"Oxy" foi uma escolha que o encantou. Gostou da palavra, "acreditava que era uma palavra forte". E Patina, advêm de uma relação com textura, cor, subcamada. "É engraçado porque nessa fase estava a criar uma marca de instrumentos de percussão. Trabalhava muito com metais e experimentava as oxidações dos metais. Acabou por ser engraçado porque tem que ver com a minha música. Isto é, eu gosto de criar. Tenho uma simples composição que depois vai-se transformando à medida que os músicos que tocam comigo, que também variam, porque nem sempre são os mesmos e então essa textura vai-se adaptando conforme as fibras externas que se juntam, ou seja, um bocadinho como os metais, se tiverem ao ar livre, em contacto com a água, por exemplo... Então através destas transformações acabei por encarar o ponto de partida", continua.

Mário conta-nos que depois de se apresentar em Junho com o novo reportório que leva ao festival, inspirado na primeira viagem de circum-navegação liderada por Fernão Magalhães, acompanhado pelo quarteto (acompanhado por Benoit Delbecq, Bruno Chevillon e Justin Stanton), surge o convite para o Land Art Festival, para realizar um concerto ao solo, "o ponto de partida é o mesmo, com composições escritas simples, que sirvam apenas como um começo para que depois eu possa desenvolver a improvisação em torno do que já tenho, que não é simplesmente improvisação livre. Existem motivos e eu baseio-me nesses motivos para a desenvolver".

O artista procura beber de diferentes registos para que a sua criação seja fiel a si mesmo.

Convite feito a partir de Frederico Rompante, diretor de arte e lighting designer que o acompanha em outros projetos, "é um artista, acrescenta muito a todo o trabalho que pensamos em conjunto", é num coreto, no meio de um lago o local em que Mário se fará ouvir. Quase "poético", diria, o local e o seu objetivo com este projeto se difundiram. " A ideia de circulação e a inspiração na viagem de Fernão Magalhães foi o seu ponto de partida. "Além da parte mais técnica os sentimentos e as ideias dos marinheiros que navegavam durante tanto tempo" foram o gatilho. Recordando as suas experiências recentes de viagem e os pequenos momentos de inspiração no meio do carro, do estúdio, o cantarolar, Mário tentará converter o coreto numa pequena caravela.

O festival decorrerá em diferentes locais de Sever do Vouga, nomeadamente, túneis, antigas linhas de comboio e locais improváveis que retiram a música do palco e das salas de espetáculos. Mário concorda que este tipo de iniciativas são essenciais no acesso à cultura, "por exemplo, este meu projeto, está inserido no Garantir Cultura, criado pelo Ministério da Cultura. Eu consigo perceber que esta ligação com os locais, as programações e o ambiente que se cria em sítios mais pequenos, e nem falo de cidades em específico, mas sim vilas. É fundamental e de louvar toda esta ajuda", reflete.

Mário, o compositor

Inserindo-se no mundo do Jazz, na música improvisada, o artista procura beber de diferentes registos para que a sua criação seja fiel a si mesmo. As suas raízes dentro da música tradicional portuguesa e a passagem pela academia dão assim palco à sua identidade. Compõe para os músicos que o acompanham. Procura nelxs mais do que uma orquestração. "É também um motivo de inspiração". Ainda que seja feito de uma forma coletiva, acaba por pensar cada pessoa que o acompanha de forma individual.

Ainda numa ótica de identidade, Mário partilha ainda que "logo no primeiro disco, no Oxy Patina, o facto de não ter contrabaixo, por exemplo, foi um desafio para mim, no ponto de vista de composição porque a bateria está sempre associada a ritmos e, isso, foi também uma das caraterísticas que fez daquele disco único, com guitarra, piano e bateria, o que não é uma coisa muito comum dentro do modelo standard.

Sendo uma das principais referências do jazz contemporâneo e da bateria em particular, o artista tem construído um percurso musical notável a nível nacional e internacional, com mais de 600 concertos realizados enquanto baterista de artistas como  Miguel Araújo, António Zambujo e Ana Moura, com quem já partilhou o palco nas mais conceituadas salas do globo, tais como a Sidney Opera House, Carnegie Hall NYC ou Berlin Philharmonic. Em simultâneo tem integrado ininterruptamente diversas formações de jazz nacionais e colaborado com vários músicos de diferentes gerações, desde João Mortágua ou Hugo Carvalhais a Carlos Bica ou Mário Laginha.

Texto por Patrícia Silva
Fotografia de Pedro Ferreira

Se queres ler mais reportagens sobre a cultura em Portugal, clica aqui.

Publicidade

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

30 Junho 2025

Desejar: como os desejos de uma cidade se transformaram em festival

27 Junho 2025

Tempos Livres. Iniciativas culturais pelo país que vale a pena espreitar

20 Junho 2025

Tempos Livres. Iniciativas culturais pelo país que vale a pena espreitar

19 Junho 2025

Podcast Capital: Preservação e Valorização do Património, com José Rodrigues e Maria José Sousa

18 Junho 2025

“Hipertexto” – Festivais Gil Vicente, por Isabel Costa e Rita Morais

16 Junho 2025

Para as associações lisboetas, os Santos não são apenas tradição, mas também resistência

13 Junho 2025

Tempos Livres. Iniciativas culturais pelo país que vale a pena espreitar

11 Junho 2025

“Hipertexto” – Festivais Gil Vicente, por Gaya de Medeiros e Leonor W. Carretas

9 Junho 2025

Hugo Cruz: “A cultura e a arte dão um contributo muito importante para fortalecer as democracias”

6 Junho 2025

Tempos Livres. Iniciativas culturais pelo país que vale a pena espreitar

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Escrita para intérpretes e criadores [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Introdução à Produção Musical para Audiovisuais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Patrimónios Contestados [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Artes Performativas: Estratégias de venda e comunicação de um projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Viver, trabalhar e investir no interior

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura I – da Ideia ao Projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo Literário: Do poder dos factos à beleza narrativa [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Gestão de livrarias independentes e produção de eventos literários [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Iniciação ao vídeo – filma, corta e edita [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Desarrumar a escrita: oficina prática [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online]

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

02 JUNHO 2025

15 anos de casamento igualitário

Em 2010, em Portugal, o casamento perdeu a conotação heteronormativa. A Assembleia da República votou positivamente a proposta de lei que reconheceu as uniões LGBTQI+ como legítimas. O casamento entre pessoas do mesmo género tornou-se legal. A legitimidade trazida pela união civil contribuiu para desmistificar preconceitos e combater a homofobia. Para muitos casais, ainda é uma afirmação política necessária. A luta não está concluída, dizem, já que a discriminação ainda não desapareceu.

12 MAIO 2025

Ativismo climático sob julgamento: repressão legal desafia protestos na Europa e em Portugal

Nos últimos anos, observa-se na Europa uma tendência crescente de criminalização do ativismo climático, com autoridades a recorrerem a novas leis e processos judiciais para travar protestos ambientais​. Portugal não está imune a este fenómeno: de ações simbólicas nas ruas de Lisboa a bloqueios de infraestruturas, vários ativistas climáticos portugueses enfrentaram detenções e acusações formais – incluindo multas pesadas – por exercerem o direito à manifestação.

Shopping cart0
There are no products in the cart!
Continue shopping
0