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“Paixão segundo João” estreia no novo espaço da ZDB

Ao ator e encenador Pedro Lacerda junta-se Vítor d’Andrade e ainda o pintor José Grazina…

Texto de Flavia Brito

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Ao ator e encenador Pedro Lacerda junta-se Vítor d’Andrade e ainda o pintor José Grazina para interpretar esta peça do dramaturgo italiano Antonio Tarantino. A estreia acontece amanhã, dia 24 de novembro, às 19h30, e marca a inauguração do novo espaço da Galeria Zé dos Bois localizado em Marvila, o Novo Negócio.

“É um espetáculo que nos fala desse processo dos homens de santidade, de chegar a um sítio melhor, que é um sítio inclusivo, onde toda a gente vive, se sente bem”, explica, ao Gerador, Pedro Lacerda sobre esta peça.

A Paixão segundo João é um texto de Antonio Tarantino, que conta a viagem de um doente mental, acompanhado por um enfermeiro, às diferentes secções da segurança social para obter, ou não, o seu estatuto de “louco”. O texto de Tarantino foi construído de uma forma paralela ao Evangelho de São João, nos capítulos 18 e 19, onde é descrita a paixão de Cristo. Aqui em vez de Monte das Oliveiras, de traições de Judas, interrogatórios, julgamentos e crucificações temos o bar do hospital, a sala de espera da segurança social, o consultório do médico, o medo dos eletrochoques. Um doente mental (Eu-Ele), que se toma pelo filho de deus, percorre a sua via sacra acompanhado por um funcionário da instituição (João). “Isto é uma via sacra, ou é um jogo da glória, ou é uma coisa assim. O desafio era fazer disto uma cerimónia, embora o texto seja muito terra a terra”, clarifica o encanador.

Ao longo da peça, acompanhamos uma viagem em estações, como uma via sacra, uma cerimónia quase religiosa – que não é – revisitada por dois indivíduos. “O Eu-Ele, que é uma personagem, o maluco, é um tipo desprovido de linguagem, com muito pouco vocabulário, uma linguagem cada vez mais esqueleto, que houve muito o João, que imita as coisas que lhe dizem, que tem uma opinião, que tem essa paranoia e que tem a sua consciência da doença. E o João, que é um tipo muito normal que tu conheces na rua, que tem esse lado muito humano, mundano”, conta Pedro Lacerda.

O pintor José Grazina é o terceiro elemento em cena neste espetáculo e que, segundo o encenador, completa uma “espécie de trindade à parte”. “A presença do Grazina, além de ser essa presença silenciosa – que pode responder ao Pedro, ao Longinas, ao guarda, ou ao que quiseres – é uma presença que está a contruir um cenário que está sempre a evoluir, que está sempre a mudar, com outras caras, de outras pessoas que existem, ou que existem pelo menos nas telas”, refere o encenador.

O espetáculo marca o regresso de Pedro Lacerda à ZDB. Em 2014 e 2015, o ator e encenador apresentou, no Negócio, "Lenz" e "hOtelo". A “Paixão Segundo João” volta a reunir elementos da mesma equipa e desenvolve-se também em parceria com a ZDB.

Segundo Pedro Lacerda, esta escolha não se destina a manter uma linguagem já experimentada, mas a fazer crescer um espaço de experimentação livre, e decorre de uma lógica de entendimento na continuidade de uma relação de confiança artística mútua.

O espetáculo será apresentado em várias datas do mês de novembro e dezembro, sempre às 19h30, no Novo Negócio da ZBD, na Rua do Açúcar n.º 52. Consulta o calendário aqui.

Texto por Flávia Brito
Fotografias de Vera Marmelo

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