Se não és lésbica, como te chamas?
Teatro do Bairro Alto, Lisboa
21 a 24.02
"Se não és lésbica, como te chamas?" foi o título de um artigo publicado na primeira edição da revista lésbica Lilás, em 1993. Este espetáculo investiga as palavras que foram descrevendo ou prescrevendo o que eram certas pessoas, comunidades e práticas. Faz uma viagem pela literatura lésbica para traçar uma história: das palavras e da falta delas. Podemos ser de onde somos se não soubermos a história do nosso país? E se não soubermos a história das nossas lésbicas?
Teatro São Luiz, Lisboa
21.02 a 03.03
That’s All, Folks! é um espetáculo sobre efemérides, sobre memória coletiva, sobre lembrar e imortalizar. Aqui revisitam-se datas, mapeiam-se acontecimentos e imagens que populam o nosso imaginário, e que nos ensinam o que amar, o que odiar ou quem evitar. Que ideias estão contidas nestas celebrações? Celebramos para não esquecer – mas o que celebramos de facto? Quem decide o que deve ser esquecido?
São muitas as perguntas feitas pela Plataforma285: “O amor, a admiração, o fulgor. Eis-nos aqui, neste momento de consagração, onde relembramos que aqui jaz o verdadeiro motivo desta comemoração coletiva – embora sem a noção exata de que comemoração se trata. São tantas datas, tantas festas, e em todas elas o mesmo amor, a mesma admiração, o mesmo fulgor. Morre alguém e nasce um feriado. Como não amar? E assim vamos continuando a celebrar o rural, o popular, o folclórico, as lindas imagens da romântica ruralidade. Haverá algo melhor?”.
André Henriques a solo em versão intimista
Teatro Aveirense, Aveiro
22.02
Após o sucesso de público e crítica com o álbum de estreia a solo, André Henriques apresenta o segundo capítulo. O novo trabalho do ex-vocalista dos Linda Martini é uma cimentação clara do compositor e intérprete como um escritor de canções em português. No Teatro Aveirense, desenvolve na sua experiência a solo uma visão intimista, disruptiva e ao mesmo tempo mais próxima do formato canção.
Massa Mãe para estimular o apetite
Teatro-Cine, Torres Vedras
23.02
Com criação e interpretação de Sara Inês Gigante, "Massa Mãe" é um espectáculo de teatro de uma minhota que mergulha na sua identidade. Esta minhota puxará a brasa à sua sardinha, mas também irá preparar terreno para tirar nabos da púcara. Vamos até ao tempo da Maria Cachucha brindar com vinho verde enquanto acertamos agulhas, que parece haver um ou outro empecilho ainda em banho-Maria. A verdade é que todos comemos do pão que o diabo amassou e ainda lambemos os beiços a seguir.
Dois espectáculos de bailado em em estreia nacional
Teatro Rivoli, Porto
23 e 24 . 02
Centro Coreográfico Nacional – Bailado de Lorraine apresenta-se em estreia nacional com dois espetáculos:
Em Acid Gems Adam Linder prossegue a sua pesquisa de formas híbridas de dança, tratando estas raras evoluções físicas como jóias preciosas. Particularmente interessante é a forma como o vocabulário do bailado pode adaptar o seu ADN, absorvendo influências da rua, somáticas e teatrais. Acid Gems procura inspiração em Jewels, de Balanchine, atualizando a ideia deste de incutir nas formas do bailado as características das pedras preciosas: as várias faces, processos de cristalização e brilho. O resultado é uma peça animada e caleidoscópica numa paisagem visual poderosa.
Em Static Shot a dramaturgia da peça, concebida como um bloco de corpos, imagens e sons, não terá princípio, meio ou fim. Como num clímax permanente, o grupo de bailarinos sustentará esse pico em conjunto, com a energia sempre a precisar de ser mantida no seu auge. Como prever, então, as questões da tensão, êxtase e prazer partilhados? E quanto ao relaxamento, respiração ou perda? E se o prazer se tornar motivo de tensão? A dinâmica da peça – que vai do mezzo forte ao fortississimo – fará com que esteja sempre num crescendo, convidando os espectadores a participar num êxtase sem fim.