fbpx

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Um par de ténis para nos pôr nos pés de quem tem uma doença mental

É o primeiro modelo de calçado comercial no mundo desenhado por um artista com experiência…

Texto de Flavia Brito

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

É o primeiro modelo de calçado comercial no mundo desenhado por um artista com experiência de doença mental. Os sneakers "I Just Like Birds" nascem de uma parceria entre o Manicómio e a startup portuguesa de calçado DiVERGE.

A marca de calçado desportivo totalmente costumizável desafiou os artistas do Manicómio - projeto cultural e de responsabilidade social que pretende legitimar artistas com experiência de doença menta - a desenharem sobre uma tela em branco. O resultado desta iniciativa são os ténis "I Just Like Birds", criados por Bráulio, um artista residente do Manicómio desde 2018.

Nascido em 1985, Bráulio criou um universo particular onde convergem pessoas, animais e plantas. Segundo o artista, "a extensão deste universo ao calçado tem o propósito de dar vida a estas criações através do passo, onde este modelo vai estar em contacto constante com o nosso quotidiano, e claro, com o próprio chão", pode ler-se no comunicado avançado.

O objetivo desta iniciativa passa, acima de tudo, por valorizar a criatividade e derrubar o estigma da doença mental. Para Sandro Resende, criador do Manicómio, "esta parceria materializa de forma clara a aposta no valor artístico e humano dos artistas do Manicómio, que a DiVERGE considera como criadores, sem reserva ou estigma”. 

Esta é a primeira parceria do projeto e os artistas residentes na área da moda. “A partir daqui tudo é possível, e estamos abertos em alargar o ecossistema de marcas de moda que podem colaborar com os nossos artistas de forma a criar valor e não caridade”, refere o criador do Manicómio, o primeiro espaço de criação de Arte Bruta em Portugal, onde se conjuga a criação e a aproximação dos artistas residentes, que experienciaram ou experienciam doença mental, ao público, num único espaço de inovação e criatividade, no Beato, em Lisboa.

"Acredito que a arte pode ajudar a sociedade a quebrar o estigma da doença mental porque, ao apreciar uma obra de arte, estamos temporariamente concentrados no que ela nos transmite e não em quem a fez. A partir daí, acho que aceitamos muito mais facilmente que o artista é uma pessoa como nós, que vive na mesma realidade mas com uma maneira única de a interpretar (como todos os artistas)", explica João Esteves, CEO da DiVERGE, ao Gerador.

Para o responsável, as marcas podem contribuir para desfazer este tipo de estigmas, "porque comunicam com audiências variadas e podem apresentar os temas com outra perspetiva, muitas vezes complementar à tradicional, acelerando a conversa sobre os mesmos." A colaboração desta marca de calçado com o MANICÓMIO é disso exemplo. "Ao colocar a arte do Bráulio nos nossos sneakers, estamos a apresentar o artista a novas audiências num formato diferente, mas de forma completamente orgânica e natural. Se gostámos do produto final - neste caso, uns sneakers - , torna-se muito mais fácil desmistificar a doença mental porque estabelecemos uma ligação prévia com o artista", acredita.

Texto por Flávia Brito
Fotografia cedida pela marca

Se queres ler mais notícias sobre a cultura em Portugal, clica aqui.

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

2 Julho 2025

Candidaturas abertas para o Workshop de Curadores da 13.ª Bienal de Berlim

16 Junho 2025

Para as associações lisboetas, os Santos não são apenas tradição, mas também resistência

29 Maio 2025

Maribel López: “Temos de tentar garantir que os artistas possam dar forma às suas ideias”

28 Maio 2025

EuroPride: associações LGBTI+ demarcam-se do evento mas organização espera “milhares” em Lisboa

1 Maio 2025

Literacia mediática digital além da sala de aula 

22 Abril 2025

“Pressão crescente das entidades municipais” obriga a “pausa criativa” dos Arroz Estúdios

17 Abril 2025

Estarão as escolas preparadas para os desafios apresentados pela IA? O caso de Portugal e da Bélgica 

17 Março 2025

Ao contrário dos EUA, em Portugal as empresas (ainda) mantêm políticas de diversidade

6 Janeiro 2025

Joana Meneses Fernandes: “Os projetos servem para desinquietar um bocadinho.”

23 Dezembro 2024

“FEMglocal”: um projeto de “investigação-ação” sobre os movimentos feministas glocais

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Viver, trabalhar e investir no interior

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura I – da Ideia ao Projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Artes Performativas: Estratégias de venda e comunicação de um projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Introdução à Produção Musical para Audiovisuais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Patrimónios Contestados [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo Literário: Do poder dos factos à beleza narrativa [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Desarrumar a escrita: oficina prática [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Gestão de livrarias independentes e produção de eventos literários [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Iniciação ao vídeo – filma, corta e edita [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Escrita para intérpretes e criadores [online]

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

02 JUNHO 2025

15 anos de casamento igualitário

Em 2010, em Portugal, o casamento perdeu a conotação heteronormativa. A Assembleia da República votou positivamente a proposta de lei que reconheceu as uniões LGBTQI+ como legítimas. O casamento entre pessoas do mesmo género tornou-se legal. A legitimidade trazida pela união civil contribuiu para desmistificar preconceitos e combater a homofobia. Para muitos casais, ainda é uma afirmação política necessária. A luta não está concluída, dizem, já que a discriminação ainda não desapareceu.

12 MAIO 2025

Ativismo climático sob julgamento: repressão legal desafia protestos na Europa e em Portugal

Nos últimos anos, observa-se na Europa uma tendência crescente de criminalização do ativismo climático, com autoridades a recorrerem a novas leis e processos judiciais para travar protestos ambientais​. Portugal não está imune a este fenómeno: de ações simbólicas nas ruas de Lisboa a bloqueios de infraestruturas, vários ativistas climáticos portugueses enfrentaram detenções e acusações formais – incluindo multas pesadas – por exercerem o direito à manifestação.

Shopping cart0
There are no products in the cart!
Continue shopping
0