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Obrigado, Tremor. Dez anos de tanto amor

Terminada a décima edição do festival Tremor, é normal parar uns dias para descansar, mas não sem antes reviver todas as experiências, únicas e catárticas, da última semana. E, claro, aguardar por 2024 (19-23 de março). Comprova-se, mais uma vez, que Tremor é amor. Neste ano histórico para a organização, o “castelo de cartas” que surgiu da mente criativa de Luís Banrezes Kitas voltou a erguer-se bem alto. E, em Ponta Delgada e São Miguel, após uma dezena de edições o Tremor já se tornou parte do cartão de visita.

Texto de Redação

Fotografia da cortesia do festival Tremor | ©Carlos Brum Melo

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“Não havia dinheiro, estrutura, nada. Mas havia amigos. Conseguimos fazer o primeiro Tremor e a partir daí foi sempre a escalar, sem nunca deixar de pedir favores a amigos. Chegando aos dez anos e, estando nós numa situação mais estável, talvez seja o momento certo para agradecer a toda a gente. Somos uns privilegiados em fazer o Tremor”, disse-nos Luís Banrezes Kitas, cofundador e o grande impulsionador para a criação do festival de música Tremor, na segunda-feira (27/03), no Coliseu Micaelense, palco mítico de Ponta Delgada no qual, dias depois, ZA! + Perrate, Angel Bat Dawid e Pongo atuariam em clima apoteótico. Comprovou-se, mais uma vez, que o Tremor se faz pela música, mas veículo para causas como a sustentabilidade da cultura e artes, representação por igual ou sustentabilidade ambiental, algumas das principais preocupações da equipa que deu todas as condições para que os artistas iluminassem a ilha por cinco dias.

ZA! + Perrate | Fotografia da cortesia de Tremor - ©Vera Marmelo

“Ocorreu-me esta ideia da potência da periferia. Acho que o Tremor se constrói muito a partir disso também”, disse-nos Lila Fadista, das Fado Bicha, em conversa com o Gerador. “[O Tremor] Promove a conexão com a cultura, envolvendo os elementos da própria ilha, das pessoas à natureza, e isso é muito inspirador. Acho que escreveria uma carta de amor exaltando a potência da periferia e até porque nós [Fado Bicha] também nos encontramos numa periferia um bocado diferente, em termos de marginalização de pessoas de género e sexo dissidente. É um lugar a partir do qual conseguimos criar e galvanizar uma potência muito forte”, frisou.

Fado Bicha | Fotografia da cortesia de Tremor - ©Inês Subtil

“As atividades vão muito para além da música, desde a cultura gastronómica às artes visuais e performativas, e tentam mostrar ao mundo – porque isto já nem é uma coisa açoriana ou portuguesa – que os Açores são mais que os clássicos estereótipos” avaliou Clemente Almeida, minutos após um magnífico concerto junto de Alba Aceytuno, Anastasia Demetriadou e Demetris Mesimeris. Almeida é membro integrante da residência artística Edge Network Europe que uniu artistas de regiões ultraperiféricas da Europa, nomeadamente os Açores, as Ilhas Canárias e Chipre.

Residência artística Edge Network Europe | Fotografia da cortesia de Tremor - ©Inês Subtil

A diversidade de idiomas, culturas e costumes que se fundem no Tremor aumenta exponencialmente todos os anos, fruto do rico ambiente de abertura multicultural que se vive no festival. A comunhão com a música, cultura e comunidade envolvente, tão informal, mas tão rica, é uma das tradições mais vincadas do festival. E isso não mudou desde 2014, quando Noiserv foi o headliner e fez magia no Teatro Micaelense. Nove anos depois, no primeiro concerto desta edição, e na mesma venue, quem o fez foi Owen Palett e o seu violino, após lançamento dos seus últimos trabalhos que incluem uma colaboração com os Arcade Fire.

Owen Pallet | Fotografia da cortesia de Tremor - ©Vera Marmelo

Num festival de cinco dias, virtualmente todos os cantos da ilha de São Miguel, é normal que tudo aconteça e tudo se veja. Sempre num ambiente de festa, amizade e descoberta. Além de ser normal sair do Tremor com novos amigos, é frequente encontrar artistas – muitos deles fascinados – a caminho de outros concertos, tendo de desconstruir o lineup e fazer o seu próprio roteiro, não diferente do resto dos festivaleiros. Vai de encontro ao que nos disse Kitas: “Aqui não existem áreas VIP, estás constantemente connosco. Há esta proximidade, somos uma família”, referiu com um sorriso no rosto. A prova disso foi estar à conversa com Inês Malheiro, que apresentou o disco Deusa Náusea na Igreja do Colégio, após o soundcheck, e ter mencionado o cão-porco no concerto dos Cobrafuma – Tremor na Estufa na Lagoa de São Brás – do dia anterior. O animal supramencionado tornou-se numa espécie de figura de culto nesta edição, até mito urbano para quem não o viu: cão assaz grande, com traços de porco preto ibérico, que aproveitou o metal de Cobrafuma para ir tomar banho à lagoa e andar a correr junto dos festivaleiros antes, durante e depois do icónico moshpit que se formou no meio da natureza. Esta comunhão não se fica pelos festivaleiros, mas pelos próprios artistas que se apoiam mutuamente, como ver Demetris Mesimeris, músico predominantemente folk e já um dos mais conceituados artistas do Chipre, a gravar o concerto de Divide and Dissolve, um dos mais acts de sonoridade mais pesada desta edição do Tremor.

Cobrafuma | Fotografia da cortesia de Tremor - ©Vera Marmelo

E, falando em som, é impossível não mencionar um dos elencos mais ecléticos do festival. Ao décimo aniversário, não foi desta que Kitas, Márcio Laranjeira e Joaquim Durães – os 3 responsáveis pela programação do Tremor – concordaram em todos os artistas. Diz-nos o primeiro que essa é a melhor parte, e que promove riscos, algo que o festival faz desde a sua gênese. “Eu gosto de uma coisa, o Márcio gosta de outra e o Joaquim gosta de outra. No final nunca estamos de acordo. Isso é ótimo porque vamos ter um festival transversal. É o melhor de ser programador, ter a liberdade total para programar quem tu quiseres e sobretudo arriscares sem medo”, revelou. E, no final de contas, os riscos compensaram.

COBRACORAL | Fotografia da cortesia de Tremor - ©Inês Subtil

De COBRACORAL a Lalalar, que deu um espetáculo inesquecível na última noite, o Tremor continua a curar artistas de todos os cantos do globo, alguns virtualmente desconhecidos para a larga maioria dos festivaleiros, providenciando-lhes uma experiência musical que jamais esquecerão. Até porque, e em boa verdade, poucos são os que realmente são atraídos ao Tremor pelo cartaz. Ajudará sim ter referências, nomes relativamente consensuais, mas como disseram praticamente todos os artistas e festivaleiros com quem conversamos durante a última semana, a experiência faz-se com essa mescla entre a música, a sua mensagem, as causas defendidas e o ambiente catártico que vai bem para lá dos vocais e das cordas, mas pela partilha de histórias e companheirismos que se formam – uns para a vida inteira.

Lalalar | Fotografia da cortesia de Tremor - ©Carlos Brum Melo

Uma audiência que não sabe o que esperar pode ser o melhor que pode acontecer a uma banda. Que o diga Tramhaus, grupo neerlandês que atua ao vivo há menos de dois anos e que colocou o Ateneu Comercial a rebentar pelas costuras com uma das maiores audiências da precoce carreira. No final da noite centenas se apaixonaram pelos passos de dança do carismático Lukas Jansen, vocalista com traços inegáveis de Mick Jagger, e com a serenidade de Julia Vroegh no baixo – ela que, como nos contaram, nunca tinha tocado o instrumento antes da formação dos Tramhaus. “Nenhum de nós tinha estado nos Açores. Adoramos isto, não esperávamos este público tão grande com grande energia”, disse-nos Jim Luijten, baterista do grupo, numa curta entrevista em que raramente conteve um sorriso rasgado, pós-concerto. “Acho que as pessoas do Tremor têm o coração no sítio certo. A hospitalidade tem sido fantástica e é apenas o nosso terceiro show em Portugal, mas hoje mostrou novamente que as pessoas portuguesas são incríveis. Têm uma grande energia, são tão positivas”, reforçou, depois de um espetáculo memorável em que o guitarrista Micha Zaat acabou a tocar guitarra no meio do público e Lukas Jansen acabou a gritar “Karen is a Punk” depois de saltar para as colunas que constituíam o sistema sonoro da sala. Quem não conhecia foi consensual: um dos destaques da décima edição do Tremor. E o mesmo pode ser dito para outros artistas que, depois do festival, já não ficam longe dos corações de quem os assistiu.

Inês Malheiro | Fotografia da cortesia de Tremor - ©Inês Subtil

Disse-me Demetris Mesimeris que lhe esperava um dia de viagem, com escalas, entre Ponta Delgada, Lisboa, Atenas e Nicósia, a começar no domingo de manhã. Ao fim da tarde de sábado, contudo, estava na primeira fila a apoiar os compatriotas Anastasia Demetriadou (Nama Dama) e Lefteris Moumtzis (Freedom Candlemaker), cujo concerto surpresa no Raiz Club encheu a casa e por bom motivo. Foi uma das belas simbioses entre artistas e público nos cinco dias de festival, mostrando bem o que se consegue fazer com uma guitarra e dois artistas de enorme talento vocal. Meia hora antes, na Igreja do Colégio, Inês Malheiro, iluminada por um dos cenários mais imponentes de Ponta Delgada, abriu a alma com as suas enigmáticas narrativas sonoras e faixas ominosas num concerto curto, mas deveras marcante – e com várias crianças a dançar à volta do palco e no corredor que o antecedia, no que me disseram ser uma recriação de uma mítica cena do The Shining, até pela sonoridade de Inês Malheiro que, como bem escreveu o festival no guia desta edição, “oscila entre o sonho fragmentado e o pesadelo febril”.

Mais Alto! no Mini-Tremor | Fotografia da cortesia de Tremor - ©Vera Marmelo

As crianças não faltaram. Para além do Mini Tremor, já uma tradição do festival, foi frequente ver pais com filhos, alguns de colo, nas mais variadas venues e concertos. Talvez de forma mais marcante na Lagoa de São Brás, no concerto dos portuenses de Cobrafuma, naquele que será muito provavelmente a primeira vez que viram um moshpit ao vivo. Pode-se escrever muito sobre a organização do Tremor, pela informalidade das pessoas e pelo quão abertas são e de como isso se transmite para a audiência, mas das principais conclusões será mesmo a forma como recebem e abraçam toda a gente, promovendo um espaço seguro para todas e quaisquer formas de diversidade, pela representação de artistas e projetos que defendem causas sociais fortemente presentes nas suas composições e preservação dos espaços utilizados como salas de espetáculo por um dia – em todos os ‘Tremor na Estufa’ era feito um disclaimer no final do concerto para os festivaleiros deixarem o sítio tal como o encontraram, verde e limpo. Será quase até redundante dizer que isso foi sempre cumprido à risca.

Angel Bat Dawid + BFB no Tremor na Estufa | Fotografia da cortesia de Tremor - ©Carlos Brum Melo

Além de dar a conhecer alguns dos locais mais afamados da ilha, como a atuação de Verde Prato no Parque Terra Nostra – também já tradição Tremor –, a Terra Incógnita, outro projeto de Kitas, dá uma experiência imersiva ao festivaleiro: um trilho seleto é acompanhado pela trilha sonora dos grupos programados a atuar no final da caminhada, uma experiência com várias camadas, da sonora à espiritual, e que reforça a posição do Tremor como um elemento que não só um festival de música, mas uma entidade que enriquece a promoção e mais puro que os Açores têm para oferecer. Numa solarenga manhã de sábado, no último Terra Incógnita, já depois de Zkum e Holocausto Canibal na quarta-feira, dia 29, foi a vez dos festivaleiros colocaram os headphones e ouvirem uma hipnótica trilha sonora dos portugueses Sensible Soccers e da violinista norueguesa Inger Hannisdal. A caminhada culminou numa catártica prestação no Cineteatro Açor, nas Capelas, um espaço desvitalizado, mas repleto de memorabilia de cinema e música, que serviu de palco perfeito para 35 minutos ininterruptos de um som leviano, imersivo e que nem tão cedo sairá da cabeça de quem, minutos antes, era cativado pelos posters e sala de screening abandonada.

Terra Incógnita | Fotografia da cortesia de Tremor - ©Inês Subtil

Em ênfase esteve novamente a presença da vila de Rabo de Peixe, cuja influência da Escola de Música de Rabo de Peixe tem feito ondas há largos anos. Nesta edição, juntando-se à Associação de Surdos da Ilha de São Miguel e à ondamarela, os Som.Sim.Zero, que já tinham marcado presença no Rock in Rio, deram uma das prestações mais inspiradas (e inspiradoras) desta edição do Tremor. Na mesma vila, além de concerto de Angel Bat Dawid e Orquestra Fundação Brasileira, pisando o palco do Porto de Pescas, que recebeu enormes renovações e ampliação há não muitos anos, o jantar de dia 29 fez-se na Cozinha Comunitária da vila, mostrando de novo a importância do festival para além do que se faz em palco.

Som.Sim.Zero | Fotografia da cortesia de Tremor - ©Carlos Brum Melo

Com a associação do Gerador ao Tremor na iniciativas Cartas de Amor, a qual Kitas, mente responsável pela criação do festival apelidou de “incrível” e que “vai justamente ao encontro do que o Tremor é”, foram cinco dias de pouco sono, mas de muito para ver, ouvir, viver e experienciar. O Tremor iniciou-se como um roteiro de concertos espalhados pelo centro cultural de Ponta Delgada e alastrou-se a um fenómeno que colocou milhares a descobrir os recantos de um dos territórios mais belos de todo o país e que, como já foi mencionado, vai muito para além da música. Ao Tremor até se pode ir pela música, mas fica-se pela experiência. E o reverso da medalha também acontece. De qualquer forma está garantida uma semana única, e não foi fruto do acaso que se tornou num evento global, com a presença de artistas e festivaleiros de todos os cantos do globo. “É sim um festival de música, mas tem sobretudo a haver com a descoberta de outras manifestações artísticas, de cultura popular. O Tremor é comunidade e abertura”, e quem o diz é Kitas, que, findada a décima edição do seu ‘menino’, continua a encarar o festival com o mesmo entusiasmo e ambição com que, há 10 anos, viu Filho da Mãe + Jiboia na minúscula sala da Galeria Fonseca Macedo e que, na mesma noite, viu o primeiro artista de sempre a comprometer-se com o Tremor a fazer emocionar centenas no Teatro Micaelense: Noiserv.

Cartas de Amor ao Tremor | ©Inês Subtil

Há dez anos que Ponta Delgada, sobretudo, não é a mesma. Para quase tudo na vida, para que algo cresça e floresça, são necessários catalisadores. Uma ideia que começou bem antes da edição inaugural do Tremor ganhar forma deu aso a porventura à maior manifestação cultural e artística anual dos Açores, que cada vez mais se inteira da sua identidade e continua a crescer a passos largos, mas sempre com os pés no chão. E quando não tem os pés no chão é, claro, para dar o pezinho de dança, tanta que houve nestes cinco imperdíveis dias no meio do Atlântico. Um intercâmbio de culturas, costumes e formas de experienciar a arte envolto num festival colorido, no qual reina sempre a boa disposição e uma energia contagiante, seja a primeira ou a décima vez de quem marcou presença.

Atelineiras + Paco Piri Piri | Fotografia da cortesia de Tremor - ©Carlos Brum Melo

Kitas falou-nos, e bem, nas questões que se sobrepuseram aos investimentos nas artes e cultura após a pandemia que nos assolou. Disse que não podíamos falar em normalidade – e nos problemas tópicos que nos assolam, num primeiro momento a guerra e a inflação. Mas talvez, só talvez, eventos como o Tremor também sejam um escape ao mundo real. E ele não finge que eles não existem, mas faz-nos pairar numa realidade imersiva non-stop, num roteiro que só termina depois da última nota do último concerto e que, pela experiência, nos faz um pouco mais felizes. Afinal de contas, passam os anos e as edições, mas há algo que não muda: Tremor é amor.

*Este artigo surge no âmbito do género jornalístico de jornalismo literário, pelo que foram usados recursos narrativos ao longo do mesmo.

Texto de Luís Barreira

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