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Outros Quinhentos: Comer muito queijo

Concordarás comigo certamente que, quando uma pessoa se esquece de algo, poderá ouvir a seguinte…

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Concordarás comigo certamente que, quando uma pessoa se esquece de algo, poderá ouvir a seguinte expressão:

“Andas a comer muito queijo!”

Pois é, a expressão significa “ser esquecido ou ter memória fraca”.

Não deixa de ser curioso que, apesar de o queijo e outros laticínios serem benéficos para a saúde, por serem ricos em cálcio e fósforo, esta expressão se use amiúde. Por que razão isto acontece?

Vamos diretos ao ponto: são mitos, mitos que permanecem ao longo do tempo, mas que ficam como que cristalizados na língua.

O que aqui importa mesmo é descobrir por que raios dizemos que comer muito queijo faz esquecer das coisas. Qual a sua origem, afinal?

Temos de recuar no tempo. Séculos atrás, estabelecia-se uma relação entre a ingestão de laticínios e a diminuição de determinadas faculdades intelectuais, nomeadamente a memória. Há, inclusivamente, alguns estudos sobre isto. No entanto, falamos de mitos, crenças populares, portanto. Se investigarmos mais um pouco, também encontraremos esta mesma ideia em certos provérbios populares. Vejamos:

“Comer muito queijo, esquecimento sobejo.”

“Nem comer muito queijo, nem do moço esperes conselho, entre outros.”

Hoje sabe-se que não é bem assim. Se gostas de queijo, não tenhas medo, não cries macaquinhos no sótão… não vais ficar desmemoriado por isso. Como em tudo na vida, só nada de excessos.

E já que falamos de queijo, alimento que eu adoro, percorramos mais algumas expressões com esse mesmo vocábulo.

Entre a pêra e o queijo: ou se preferirem, "entre la poire et le fromage", ou seja, no final da refeição.

Laurear o queijo: o mesmo que andar ao laré ou não fazer nada.

Pão pão, queijo queijo: quando algo é dito sem papas na língua ou no caso de uma pessoa falar com muita franqueza.

Ter a faca e o queijo na mão: quando temos todas as condições para resolver algo, ou seja, quando estamos nitidamente em vantagem em relação a algo ou alguém.

Estas expressões, todas elas usando o vocábulo queijo, atestam bem a riqueza da nossa língua. Pois o ingrediente é sempre o queijo, mas, reconheçamos, o seu sabor é bem diferente! Mais: até dizem que “Banana com queijo sabe a beijo”!

Texto de Ana Salgado
Ilustração de Carla Rosado

Se queres ler mais crónicas do Outros Quinhentos, clica aqui.

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