A exposição "Almada Negreiros e o Mosteiro da Batalha", que está patente na Capela do Fundador até dia 21 de dezembro, deu origem a um livro homónimo. A obra, dedicada à investigação de Almada Negreiros sobre Pintura Primitiva Portuguesa, é lançada esta tarde pelas 18h, no local que lhe dá nome.
O livro, a cargo de Simão Palmeirim e Pedro Freitas, “pretende explicar como chegou o modernista à sua proposta de retábulo imaginado (que inclui os polémicos Painéis de São Vicente), com a publicação de cadernos de estudo, maquetes e desenhos inéditos do autor”, de acordo com os promotores.
Almada Negreiros acreditava que “toda a obra atribuída a Nuno Gonçalves provinha de um único retábulo formado por 15 painéis, que teria sido projetado para a Capela do Fundador do Mosteiro da Batalha”. Perante esta convicção publicou, na década de 50, uma série de imagens a ilustrar essa hipótese, incluindo desenhos, fotografias e fotomontagens.
A abordagem do autor aos famosos Painéis de S. Vicente – incluídos na lista das quinze obras - distinguiu-se das anteriores por olhar as pinturas do ângulo da geometria. As suas análises iniciaram-se por um estudo de perspetiva e foram-se complexificando até ser definido um retábulo.
Nesta exposição, além da reconstituição em tamanho natural (10 metros de altura) do retábulo que Almada idealizou, há desenhos, cadernos de autor, e até maquetes tridimensionais, muitas delas inéditas. No dia 18 de abril, Dia Nacional dos Monumentos, haverá também visitas guiadas feitas pelo curador, Simão Palmeirim.
Além da exposição e do lançamento do livro que acontecem no Mosteiro da Batalha, em Leiria, está também patente, em paralelo, e até 25 de abril, a exposição «Almada Negreiros e os Painéis - Um retábulo imaginado para o Mosteiro da Batalha», no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa. Comissariada por Simão Palmeirim, com a colaboração do investigador Pedro Freitas, a mostra propõe “uma reflexão sistemática sobre o contexto da produção destes estudos no próprio percurso intelectual de Almada Negreiros, a sua metodologia de trabalho bem como as implicações das suas (re)construções num entendimento global da obra de arte, que cria submetida a um conhecimento geométrico ao qual chamou Cânone”, diz o MNAA.