A tradição remonta à Lisboa pós-terramoto de 1755, altura em que começaram a surgir peditórios para reconstruir a igreja de Santo António que se encontrava parcialmente destruída. Estes altares devidamente decorados eram colocados à porta das casas, para arrecadar “uma moedinha para o Santo António”. A moda entrou entretanto nas festas alfacinhas, ganhando esta tradição a forma de concurso de Tronos de Santo António. Este ano, na Lisboa pós-pandemia, o formato do concurso passou para o online, sendo que os três vencedores serão anunciados a 13 de Junho, dia de Santo António, nas plataformas do Museu de Lisboa, Cultura na Rua e EGEAC.

Jorge Silva é o designer que deu às sardinhas um novo lugar na iconografia de Lisboa. Em 2003 trabalhou na imagem gráfica das Festas da Cidade, criando a tão famosa silhueta da sardinha. Devido ao enorme sucesso do trabalho, esta imagem perdurou no tempo, acabando por se tornar um ícone da cidade de Lisboa. Passou a haver um concurso público, onde anualmente, milhares de pessoas criaram ilustrações a partir da forma da sardinha. Este ano já foram selecionadas as sardinhas ícones das Festas de Lisboa 2020, onde o júri era obvaimante composto por Jorge Silva (o Pai da Sardinha), Ricardo Ramos, Inês Lopes Gonçalves e Afonso Cruz.

Ao contrário de outras tradições, os Casamentos de Santo António só surgiram mais tarde, no final da década de 1950, por iniciativa de Augusto Cortês Pinto, antigo vereador e jornalista do Diário Popular. O objectivo da iniciativa, então patrocinada pelo Diário Popular, era possibilitar o casamento a casais com maiores dificuldades financeiras. Foi em 1958 que, pela primeira vez, 26 casais casaram na Igreja de Santo António. Hoje, os Casamentos de Santo António constituem uma marca incontornável na tradição popular de Lisboa.

José de Almada Negreiros (1893-1970) foi convidado pela Comissão Executiva das Festas da Cidade para ilustrar o Programa das Festas de Lisboa de 1934. Almada Negreiros fez um conjunto de 23 desenhos a tinta-da-china, incluindo este que representa as marchas populares dos bairros típicos de Lisboa. Um grupo composto por seis marchantes dispostos aos pares, vestidos a rigor com trajes festivos, erguem arcos enfeitados com guitarras - uma referência ao fado, expressão musical típica da cultura portuguesa.

O bairro do Alto da Pina foi o grande vencedor da edição das Marchas Populares de Lisboa de 2019. O segundo lugar foi atribuído a Alfama e o terceiro lugar a Penha de França. O 87.º concurso das marchas contou com 20 grupos a concurso: Alfama, S. Vicente, Carnide, Bica, Bela Flor-Campolide, Ajuda, Baixa, Madragoa, Penha de França, Graça, Beato, Marvila, Bairro da Boavista, Olivais, Mouraria, Parque das Nações, Castelo, Alto do Pina, Alcântara e Bairro Alto.

A 12 de junho de 1932, as Marchas Populares de Lisboa saíram à rua. Vestindo trajes do Minho, Campo de Ourique venceu a primeira edição das Marchas Populares. A ideia original deste evento, que marca hoje a cultura popular de Lisboa, foi de José Leitão de Barros, na altura diretor do Notícias Ilustrado, realizador de cinema e promotor cultural. A produção desta primeira edição ficou a cargo do Parque Mayer que tinha como objetivo criar um espectáculo capaz de mobilizar a atenção dos lisboetas.

Martelinhos de todas as cores, tamanhos e feitios: este é um dos maiores símbolos das Festas de São João no Porto. Esta tradição nasceu em 1963 para animar os estudantes na Queima das Fitas mas acabou por se tornar um ícone das festas da cidade. A criação de Manuel António Boaventura, industrial de plásticos do Porto, teve como inspiração um saleiro - pimenteiro que viu numa das suas viagens ao estrangeiro. A fábrica de plásticos Estrela do Paraíso, inicialmente com sede em Rio Tinto, começou então a produzir este tão famoso brinquedo.

No concelho de Sintra os dias 28 e 29 de Junho são sinónimo de festa rija. Nesta altura comemora-se o S. Pedro, padroeiro do município.

A Feira de S. João é um dos certames mais antigos da região de Évora, tendo a primeira edição acontecido a 24 de junho de 1569. Este evento festivo era ocasião para mostrar a hospitalidade característica das gentes do Alentejo bem como a qualidade dos produtos que por ali se produziam. Na imagem: II Cortejo de Évora – O Trajo no Mundo e no Tempo” – 1968

As teorias explicativas desta capacidade vão várias. Há quem diga que perto do Largo de Santo António havia uma lápide de um deus endiabrado, que gostava de pregar partidas e esconder coisas e terá sido aí que nasceu a crença antonina em Santo António. Além desta característica tão particular, Santo António tem ainda sob a sua alçada os barqueiros, os marinheiros, os náufragos, os viajantes, os velhos, os pobres e oprimidos, as solteiras, as grávidas, as estéreis e os namorados. Protetor de Lisboa, das casas e famílias, advogado das almas do Purgatório, é também a ele que muitos recorrem como intermediário, para chegar a Jesus a à Virgem Maria.