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Mostra Espanha arranca com exposições, colóquios e espetáculos

O Mostra Espanha, festival bienal de cultura espanhola, que chega este ano à sua sétima…

Texto de Sofia Craveiro

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O Mostra Espanha, festival bienal de cultura espanhola, que chega este ano à sua sétima edição, regressa este mês. O evento assume-se como um programa de atividades culturais “que tem como objetivo principal mostrar o dinamismo e a criatividade das indústrias culturais espanholas no momento presente”, de acordo com informação divulgada na página oficial. É promovido pelo Ministério da Cultura e Desporto de Espanha no país vizinho, mas tem como propósito final, “proporcionar experiências para o diálogo cultural entre os dois países, que permitam criar projetos comuns num futuro imediato”.

As atividades são, por isso, desenvolvidas em ambos os lados da fronteira, de forma conjunta, por instituições portuguesas e espanholas e abrangem diferentes campos, como exposições, colóquios, passando pelas artes cénicas ou concertos e interpretações musicais.

O Mostra Espanha 2021 decorre entre os meses de setembro e dezembro, com atividades previstas para vinte cidades portuguesas, nomeadamente Águeda, Alcobaça, Almada, Braga, Bragança, Caldas da Rainha, Cascais, Coimbra, Espinho, Guimarães, Lagos, Lisboa, Olhão, Palmela, Pombal, Porto, Sintra, Torres Vedras e Viana do Castelo.

Para o mês de arranque estão previstas diversas iniciativas, algumas já a decorrer. É o caso da exposição Ídolos. Olhares Milenares, patente desde abrilno Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa. A mostra, que pode ser visitada até 17 de outubro, revela “de forma muito detalhada, como as comunidades agro-pastoris do Centro/Sul de Portugal e Espanha, com recurso a diferentes materiais e em linguagens codificadas, que foram legadas entre muitas gerações, representaram e trataram o corpo humano, recordaram antepassados e imaginaram divindades”, segundo a organização.

Olhares Milenares

As peças foram recolhidas a partir do património arqueológico de Portugal e Espanha, maioritariamente datado do 6º ao 3º milénio a.C.. Foi organizada conjuntamente com o Museu Arqueológico de Alicante e com Museu Arqueológico Regional de Madrid.

A partir de 6 de setembro e até 3 de outubro o Museu de Lisboa – Teatro Romano acolhe a exposição ARS FATUM. Máscaras que falam. Composta por 19 esculturas em cerâmica decorada e por 19 lâminas, a coleção surge da parceria estabelecida entre o ateliê de artesanato “Terracota Mérida”, Juanma Pérez Vinagre e o designer Samuel López-Lago, e apresenta-se como “um ponto de inflexão, onde os vetores do clássico e da cultura popular se cruzam, fazendo Vénus descer do panteão e acompanhando-a numa viagem conceptual pelo folclore do nosso tempo”. “A própria natureza do projeto, nomeadamente a sua vocação marcadamente orientada para a investigação em pop culture, provoca um confluir de influências que vão desde a cerâmica japonesa ao movimento vaporwave, passando pelas tendências pin-up ou pelo post-punk”, diz a organização.

Seguindo para a Cidade Invicta, estará patente na Galeria Municipal, a partir de 18 setembro e até 21 novembro a exposição Atravessar a Fronteira. Os novos babilónios: Porto de Pedro G. Romero. A mostra aborda o conceito de “novos babilónios”, que foi desenvolvido a partir do projeto situacionista New Babylon e propõe “um exercício de questionamento sobre alguns aspetos da nossa perceção do quotidiano, nomeadamente das formas de vida no seio de grupos nómadas, ciganos, flamencos e exilados libertários”.

Ainda no Norte do país, mas desta feita na Galeria do Largo do Paço da Universidade do Minho, em Braga, Álvaro Gómez Pidal traz-nos Like Manolete on the eve of his death. Visitável de 17 setembro a 31 outubro, esta exposição revela “um complexo conjunto de percepções” que, através de diferentes técnicas, “explora a experiência pessoal” na tentativa de entender o que levou ao assassinato do vice-cônsul espanhol Manuel Allendesalazar, morto durante um ataque da milícia sionista Haganah ao hotel Semiramis, em Jerusalém, poucas semanas após a votação da separação da Palestina britânica colonial, em 1948.

Simultaneamente, no mesmo local, estará também patente a mostra Welcome to Paradise de Manolo Espaliú. Inserida na 31ª edição dos Encontros da Imagem, a exposição mostra as dezenas de novos centros urbanos que foram construídos em todo o Irão - com o objetivo central de reverter a migração para cidades maiores e dar melhor qualidade de vida - mas cuja construção foi abandonada pelos empreiteiros, por falta de sucesso na implantação de serviços básicos na área.

Welcome to Paradise

Ainda nas exposições e de volta a Lisboa, chega-nos Fahrenheit 2021 de Luis Costillo. Aberta ao público entre 23 setembro e 30 novembro, esta mostra no Instituto Cervantes de Lisboa apresenta uma seleção de trabalhos do artista plástico, realizados desde 2005 até ao seu falecimento, em 2019. “O núcleo fundamental da exposição é composto por livros de artista de conteúdo e tratamento muito diverso. Há trabalhos quase exclusivamente tipográficos, imagens acompanhadas de textos, construções gráficas de tipos de borracha, gravuras retocadas ou colagens... Não há uma linha definida quanto aos conteúdos, quase sempre com o intuito de desmascarar os meandros da sociedade capitalista e as suas injustiças”, explica a organização.

No que às artes cénicas diz respeito, o Mostra Espanha traz, a 23 de setembro, ao Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, o espetáculo RGB de Led Silhoutte.. Aqui o espetador é “convidado a fazer parte da paisagem para ver, pensar e refletir” elementos como luz e escuridão.

No Instituto Cervantes de Lisboa e inserido no festival internacional Quinzena de Dança de Almada, haverá uma mostra de videodança que dará especial destaque a propostas vindas de Espanha. “Peças curtas, com um máximo de 8’, apresentam visões distintas e perspetivas pessoais de artistas da dança e do vídeo como Esther Latorre e Hugo Pereira, Guido Sarli, Alfredo Miralles, Paula Quintas, Laia Santanach, Clara Ferrao Diz, Elena López de Haro, Eloi García e Myriam González, ou Sara García-Guisado” e apresentadas por Ana Macara, diretora artística daquele festival, de acordo com a informação oficial.

A par destas iniciativas está ainda previsto, para dia 23 de setembro, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, o colóquio Cultura y Ciudadanía por Benito Burgos. Inserida no MEXE – 6º encontro Internacional de Arte e Comunidade, a tertúlia convida o coordenador do programa Cultura e Cidadania do Ministério da Cultura e Desporto de Espanha, a refletir sobre o risco e a diversidade das experiências, através da produção partilhada de conhecimento entre as práticas académicas e artísticas, valorizando os saberes locais dos territórios envolvidos em processos criativos comuns.

Benito Burgos

No dia seguinte – e também no âmbito do Mexe – será lançado, no Jardim de São Lázaro, no Porto, o livro Práticas Artísticas, Participação e Política de Hugo Cruz. “Num momento de particular perigo para as democracias e para a nossa vivência coletiva, este livro procura cruzar contributos da arte, da participação e da política, num diálogo intenso entre teoria e prática” de acordo com a informação divulgada. Com base em estudos desenvolvidos pelo autor em Portugal e Brasil nos últimos quatro anos, a obra discute “os elementos fundamentais das práticas artísticas participativas e comunitárias, bem como as potencialidades e fragilidades que os processos criativos encerram na sua ligação à participação cívica e política”.

A organização da Mostra Espanha 2021 está a cargo da Subdireção-Geral de Relações Internacionais e União Europeia do Ministério da Cultura e Desporto de Espanha, numa parceria com a Embaixada de Espanha em Portugal e com o apoio da Acción Cultural Española (AC/E) e do Instituto Cervantes de Lisboa. Conta ainda com o apoio do Governo português, através do Ministério da Cultura, de diversas câmaras municipais e um “grande número de instituições culturais e festivais e certames já consolidados no país vizinho”. De acordo com a organização, esta sétima edição “caracteriza-se pela dificuldade imposta pelo período pós-pandémico, mas também pela urgente necessidade de recuperar o entusiasmo e mostrar que a cultura pode ser e é segura”.

Texto de Sofia Craveiro
Fotografias cedidas pela Mostra Espanha

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