O mais alargado programa de estímulo à criação artística e à promoção de novos talentos em Portugal está de regresso. A Mostra Nacional Jovens Criadores (MNJC) lança mais uma vez o seu apelo aos artistas até aos 30 anos de idade, residentes em Portugal, para que partilhem com o mundo o seu talento.
Até dia 6 de setembro as candidaturas estão abertas e o regulamento disponível na página oficial do evento, no site do Gerador.
Ao todo, são 15 as áreas artísticas a concurso: arte digital, arte têxtil, cinema, cruzamento disciplinar, dança, escultura, fotografia, gastronomia, humor, ilustração, literatura, moda, música, pintura e teatro.
Todos os participantes serão avaliados por um júri especializado em cada área, que irá selecionar até oito obras para exposição no evento oficial da MNJC, que vai decorrer em Vila do Conde, em outubro. Será nessa ocasião que serão também escolhidos e revelados os vencedores de cada área.
Globalmente, serão distribuídos 15 mil euros em prémios, mil por cada área artística. Os vencedores terão ainda direito a uma entrevista individual que será publicada no site do Gerador, 50% de desconto nos cursos e workshops da Academia Gerador durante um ano, acesso a um conjunto de ações de visibilidade e a um programa de capacitação e de experiências profissionais.
Nos últimos 26 anos em que esta iniciativa foi realizada centenas de criadores tiveram a oportunidade de ver o seu trabalho ganhar novo fôlego.
No ano passado Dany Marques Ferreira, Catarina Letria e Giulia Yoshimura estiveram entre os 15 vencedores da MNJC, que foi realizada em Almada. O primeiro, que venceu a categoria de arte digital, explicou, em entrevista posterior ao Gerador, que a participação em concursos o “ajuda a focar” e a ter destaque na área. “A oportunidade de me dar a conhecer também é incrível e o prémio monetário permite-me fazer o que eu quero, que é estudar e tirar cursos sem ter de estar a pedir outra vez aos meus pais”, referiu.
O texto Toca e Foge foi a obra literária que deu o prémio a Catarina Letria. A participação na MNJC surgiu por acaso e aconteceu “sem pensar muito”, conforme confessou. “Ao concorrer, percebi que tinha de me orientar e criar uma obra mais estruturada. Se não fosse a mostra, provavelmente teria abandonado aqueles pequenos textos e nunca os teria juntado”, disse a jovem.
A arte urbana de Giulia Yoshimura venceu a categoria homónima. Durante a entrevista ao Gerador, a artista destacou a importância do “incentivo à produção”, patente na MNJC, e a “visibilidade” que contribui para o desenvolver da carreira. “É algo que é muito difícil de adquirir e que todo mundo luta o tempo todo para ter”, explicou. “O meu objetivo, saindo da minha cidade, do meu país e do meu continente, sempre foi levar a minha arte o mais longe possível e alcançar cada vez mais pessoas, então concursos assim ajudam-me nesse sentido”, referiu.
Além destes artistas, a MNJC distinguiu o trabalho de Pedro Lobo, na área da cerâmica, Mariana Guerreiro Ferreira no cinema, Katarina Lanier, na dança e Mab.ko na escultura. Inês Nêves venceu a categoria de pintura e Guilherme Proença a de fotografia. Na gastronomia, o vencedor foi Simão Jarro. Miguel Valente, por sua vez, venceu a categoria humor, e Clara Leitão a de ilustração. Carolina Duran, Leonardo Moura e Mafalda Fidalgo (Intra Collective) venceram a categoria de moda, e Eu.Clides e TOTA a de música. No teatro, a vencedora foi a Naiana Padial.
A Mostra Nacional de Jovens Criadores é uma iniciativa do Instituto Português do Desporto e da Juventude. A edição de 2022, a primeira com organização do Gerador, teve o maior número de candidaturas de sempre (838). Durante o evento oficial, 134 criadores tiveram a oportunidade de expor e apresentar publicamente, durante três dias, em Almada, as suas obras, através de performances e exposições.
A edição deste ano tem candidaturas abertas até dia 6 de setembro. O programa detalhado será revelado a 10 de outubro.