Uma igreja que também é palco de um bailarico digno de Santos Populares? Sim, aconteceu e foi nesta Ignição Gerador em plena Igreja de Campolide, em Lisboa.
Gineceus
Gineceus explora a ideia deste lugar “sagrado”, necessário para guardar esse objecto precio- so que desperta desejo e deve ser guardado longe de olhos invejosos, o lugar onde se encerra um ser amaldiçoado, banido da comunidade. Neste lugar, lança-se uma mortalha sobre uma mulher.
Aqui os dias oscilam entre cânticos e rituais fúnebres, rotinas domésticas, o tédio, o desespero do isolamento e, mesmo, a alegria, lenga-lengas, dança e folgança, escondidas dos olhos do senhor.
Este é um espreitar dos gineceus espaciais e não espaciais, tudo o que promove a exclusão da mulher e limita a sua liberdade, seja a prática dos pés de lótus, o uso do hijab, a cremação da viúva juntamente com o cadáver do marido, a expedição de donzelas desonradas para conventos e tantos outros costumes.
Criação e Interpretação – Lucília Raimundo
Operação de som – Inês Ponte
Seleção musical – excertos de Oktophonie, Karlheinz Stockhausen; ”Biography”- Dolmen Music, Meredith Monk; “A Poste Messe” – O Tu Chara Sciença, La Reverdie
Hipster Pimba
Nome escolhido por Francisco Correia (Smiley Face, Cafetra Records) para a sua paixão opera- tiva de preservar e promover a colecção de cassetes de música ligeira portuguesa que o seu pai foi comprando e coleccionando ao longo do tempo.
Concepção e Interpretação: Francisco Raimundo