fbpx

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Outros Quinhentos: Velho do Restelo?

— Ó pá, já pareces um Velho do Restelo! Sim, esta é uma expressão usada…

Texto de Ana Salgado

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

— Ó pá, já pareces um Velho do Restelo!

Sim, esta é uma expressão usada quando queremos transmitir que alguém é resistente a qualquer mudança.

Mas, afinal, quem era mesmo Velho do Restelo? Existiu? Quem seria?

O Velho do Restelo é uma das personagens d’Os Lusíadas, do grande Camões. Teremos de ir até ao Canto VI. Esse Velho representa a voz da razão contra a ambição desmedida, contra esses que ambicionam partir em expedição para a Índia. As naus de Vasco da gama despediam-se de Belém quando surge um homem com a preocupação de fazer os avisos necessários a quem naquele dia partia para o alto mar. A sua voz ganhava peso, e ele manifestava sem medos a sua oposição a estas viagens. Refere que os homens em questão são vaidosos, audazes e corajosos, mas que é a cobiça e o anseio de glória, que os fazem partir nas aventuras ultramarinas.

A manifestação deste velho mostrava a oposição ao expansionismo bem como às navegações referindo que eram os interesses e os proveitos da burguesia e da monarquia que impunham estas perigosas viagens.

Verdade verdadinha, Camões nunca usou esta expressão Velho do Restelo, mas sim «velho d’aspeito venerando». Todavia, como se sabe que o discurso desse velho foi proferido na partida de Vasco da Gama, estamos a falar, então, do Restelo. Hoje, será a conhecida por Belém, em Lisboa. O nome é alterado aquando da edificação do Mosteiro de Santa Maria de Belém, mais conhecido por Mosteiro dos Jerónimos, mas o nome Restelo sobrevive um pouco mais a poente no atual bairro com esse nome.

Despeço-me com amizade até daqui a 15 dias.

Texto de Ana Salgado
Ilustração de Sérgio Neves

Se queres ler mais crónicas do Outros Quinhentos, clica aqui.

Publicidade

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

11 Março 2024

Maternidades

28 Fevereiro 2024

Crise climática – votar não chega

25 Fevereiro 2024

Arquivos privados em Portugal: uma realidade negligenciada

21 Fevereiro 2024

Cristina Branco: da música por engomar

31 Janeiro 2024

Cultura e artes em 2024: as questões essenciais

18 Janeiro 2024

Disco Riscado: Caldo de números à moda nacional

17 Janeiro 2024

O resto é silêncio (revisitando Bernardo Sassetti)

10 Janeiro 2024

O country queer de Orville Peck

29 Dezembro 2023

Na terra dos sonhos mora um piano que afina com a voz de Jorge Palma

25 Dezembro 2023

Dos limites do humor

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Financiamento de Estruturas e Projetos Culturais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura I – da Ideia ao Projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Desarrumar a escrita: oficina prática [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Criação e Manutenção de Associações Culturais

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo Literário: Do poder dos factos à beleza narrativa [online]

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

29 DE SETEMBRO

A Idade da incerteza: ser jovem é cada vez mais lidar com instabilidade futura

Ser jovem hoje é substancialmente diferente do que era há algumas décadas. O conceito de juventude não é estanque e está ligado à própria dinâmica social e cultural envolvente. Aspetos como a demografia, a geografia, a educação e o contexto familiar influenciam a vida atual e futura. Esta última tem vindo a ser cada vez mais condicionada pela crise da habitação e precariedade laboral, agravando as desigualdades, o que preocupa os especialistas.

02 JUNHO 2025

15 anos de casamento igualitário

Em 2010, em Portugal, o casamento perdeu a conotação heteronormativa. A Assembleia da República votou positivamente a proposta de lei que reconheceu as uniões LGBTQI+ como legítimas. O casamento entre pessoas do mesmo género tornou-se legal. A legitimidade trazida pela união civil contribuiu para desmistificar preconceitos e combater a homofobia. Para muitos casais, ainda é uma afirmação política necessária. A luta não está concluída, dizem, já que a discriminação ainda não desapareceu.

Carrinho de compras0
There are no products in the cart!
Continuar na loja
0