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Associação ZERO com propostas para tornar a sustentabilidade uma prioridade nas Legislativas

A associação ambientalista ZERO tem um novo manifesto onde apresenta não só propostas transversais, mas também propostas específicas a onze áreas temáticas. O objetivo é promover a transição a vários níveis e fazer da sustentabilidade uma prioridade estruturante das políticas públicas nacionais. A coligação C7, formada pelas principais organizações de ambiente do país, também divulgou um manifesto onde aponta as medidas que defende serem prioritárias nos programas para as eleições de março.

Texto de Redação

Geranimo via Unsplash

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“A conjuntura internacional, com diversos conflitos armados sem fim à vista e um reforço do discurso extremado e fraturante, convoca, ainda com maior clareza, a necessidade de agir no sentido de construir uma sociedade que não deixe ninguém para trás, que promova a coesão social em pleno respeito pelos limites do planeta, visto que nunca poderá haver prosperidade se a base ambiental for descurada.” Isto é o que defende a ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável, que, “no âmbito do período eleitoral que se avizinha, […] apresenta um conjunto de propostas aos diferentes grupos políticos, com o objetivo de promover a transição do país para a sustentabilidade e torná-la uma prioridade estruturante das políticas públicas”.

No “Manifesto ZERO para as Eleições Legislativas de 2024”, a associação sem fins lucrativos propõe medidas relativas tanto a questões transversais como específicas. Com onze áreas temáticas, o documento concentra-se no financiamento da transição, na energia e nas alterações climáticas, nos transportes, no ordenamento do território, no ambiente urbano, na economia circular, na água e nos oceanos, na conservação da natureza, na agricultura, nas florestas e na dimensão internacional.

Para um futuro mais sustentável, na opinião da ZERO, “é preciso uma mudança sistémica que resolva as situações de lock-in na insustentabilidade que hoje são um dos maiores entraves ao progresso”, “é fundamental um foco muito mais intenso nas interconexões entre políticas no sentido de lhes dar coerência” e “é imperativo que a alocação de recursos e o estabelecimento de objetivos concretizem a mudança necessária rumo a uma Economia do Bem-Estar, promotora da biodiversidade, eficiente no uso de recursos e neutra em emissões em 2040”.

De forma a que isto seja cumprido, os ambientalistas apontam que é imperativo “acelerar a transição para um novo modelo económico compatível com os limites planetários, que são o garante da existência da espécie humana”. O objetivo da neutralidade climática até 2045 deve ser assegurado e o Plano de Nacional de Energia e Clima deve ser revisto, tal como está previsto na Lei de Bases do Clima. O Plano Estratégico de Transportes, por exemplo, também precisa de ser reavaliado, a Avaliação Ambiental Estratégica do Plano Ferroviário Nacional requer conclusão e deve ser posta em prática a opção para o novo aeroporto de Lisboa com menor impacto ambiental.

A ZERO propõe que se inverta a desclassificação de áreas essenciais da Reserva Ecológica Nacional e da Reserva Agrícola Nacional e, também, que se definam zonas de construção proibida por serem particularmente vulneráveis às alterações climáticas, como é o caso das zonas costeiras. Nos ambientes urbanos, defende o cumprimento da legislação relativa à qualidade do ar e a criação de uma Estratégia Nacional para o Ruído. É ainda importante, dizem, que se promova a compostagem doméstica e comunitária de biorresíduos e que se implementem medidas que fomentem a reutilização de água. Assinalando outras estratégias de impacto nacional, o manifesto da ZERO indica a revisão do Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água e do Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

“Não estamos perante uma mudança pedida apenas por especialistas ou ambientalistas”, destaca a ZERO no documento referido. “É a sociedade em geral que o exige e em particular, os jovens que sentem que a sua qualidade de vida, o seu futuro está em causa e que não perdoarão a inação ou aceitarão as desculpas dos nossos representantes políticos”, escrevem.

Coligação C7 com manifesto coletivo

A C7 divulgou também um manifesto coletivo com medidas que considera serem “o mínimo necessário para que Portugal faça frente aos desafios ambientais globais, sem as quais não será possível o cumprimento dos compromissos internacionais assumidos, nem tampouco garantir um ecossistema e uma sociedade resilientes”. Composta por sete organizações não-governamentais de ambiente (as ONGA), a Coligação tem “o objetivo de atuar a uma única voz junto da sociedade civil e das instituições públicas e governamentais na defesa, proteção e valorização da Natureza e da Biodiversidade em Portugal”.

A ANP|WWF (Associação Natureza Portugal, em associação com a WWF, a internacional World Wildlife Fund), a FAPAS (Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade), a GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente), a LPN (Liga para a Protecção da Natureza), a Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza), a SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) e a ZERO (Associação Sistema Terrestre Sustentável) concordam com a concentração de esforços em quatro áreas: conservação e restauro da natureza dentro e fora de Áreas Classificadas, clima e energia, agricultura e alimentação e oceanos e pescas.

Algumas das medidas sugeridas incluem o cumprimento da meta de proteção de 30% do território terrestre e marinho até 2030, a implementação da Rede Natura 2000, a elaboração do Plano Nacional de Restauro, a criação do Conselho de Ação Climática, a implementação da Lei de Bases do Clima, a elaboração do Plano Nacional de Alimentação Sustentável e instaurar o Fórum de Carbono Azul em Portugal. Adicionalmente, as organizações defendem a importância de lhes ser concedida uma maior participação nos processos.

Para além da ZERO, também já a GEOTA divulgou um memorando relativo às Legislativas deste ano, onde partilha preocupações e propostas próprias. “É imperativo ligar os principais problemas: a emergência climática e as desigualdades. Só assim reuniremos as condições para uma transformação sem precedentes que não deixe ninguém para trás”, assinala a ONGA.

Texto de Sofia Matos Silva

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