Sabias que esta expressão tem origem medieval? Sim, recuemos até à Idade Média e a esses tempos sombrios da Inquisição. “Pôr a mão no fogo”, ou seja, confiar cegamente em alguém ou alguma coisa, tem uma origem. Vamos partir à descoberta da mesma!
Nesses tempos recuados, a Inquisição, em combate à heresia, aplicava vários tipos de torturas. Tempos infelizes, enfim… Uma delas passava por obrigar a pessoa acusada a agarrar um ferro em brasa – com um tecido encharcado numa cera inflamável – e caminhar alguns metros com essa barra. Alguns dias após este ato de tortura, os juízes teriam de verificar se a mão do réu estava lesionada. Se houvesse lesão, ou simples sinal da mesma, a Inquisição determinava, assim, que o acusado não tivera proteção divina e a sua sentença de morte era assinada. Tratava-se de um julgamento divino. Difícil sair ileso, não? Mas se isso acontecesse, então, sim, o réu era inocentado de qualquer culpa.
Cita-se, amiúde, por exemplo, o caso de uma portuguesa, Marina, “esposa de Estêvão Gontines”, que, em 1324, acusada de adultério, teria conseguido agarrar o ferro em brasa sem sofrer qualquer lesão. Lenda ou não, esse caso viria a inspirar Arnaldo Gama no seu célebre romance Balio de Leça.
“Ora, por este, eu não ponho a minha mão no fogo!” E assim a expressão passou para a boca do povo como forma de confiança cega na inocência o de alguém ou algo.
Despeço-me com amizade e até breve!