Uma vez por semana uma pessoa da cultura ou mesmo um colaborador do Gerador recomenda coisas para fazer em casa. Um filme, um livro, um disco, uma série, uma conta de YouTube e uma das nossas reportagens que vale a pena reler. Hoje é a vez da nossa Carolina Costa.
Carolina Costa é desafiada todos os dias para comunicar as loucuras que surgem ao trabalhar no Gerador. Habituada a não assinar artigos, é péssima a escrever na terceira pessoa. Normalmente descrita como “a pessoa mais chill”, espera que isso seja um elogio, mas não se incomoda muito com isso. Apaixonada por hip hop, ocupa parte do seu tempo com o projeto Hip Hop Rádio, onde tenta dar voz a quem merece e não tem o devido reconhecimento.
UM FILME
No Cameras Allowed, de James Marcus Haney
Um documentário sobre desafiar as regras por uma paixão, neste caso a música e a fotografia. Com uma soundtrack que vai de Phoenix, a Mumford and Sons, passando por Edward Sharp and the Magnetic Zeros ou Coldplay, é uma boa forma de despertar a aventura que quer sair de dentro de cada um de nós.
UM LIVRO
Este Lago Não Existe (2009), de Vítor Burity da Silva
Não sou a maior leitora de livros mas, se algum me marcou foi sem dúvida este. Comprei-o em Macau, durante o meu intercâmbio na Ásia e, tal como a minha viagem, o livro retrata um encontro amoroso ocorrido nas margens de um belo e misterioso lago, que na verdade não existe. No mundo dos sonhos, tudo é perfeito, e Macau foi certamente um sonho longínquo onde tudo era possível, um que agora olhando para trás não pode mesmo ter existido.
UM DISCO
The Free Food Tape, de Slow J
Sem dúvida a sugestão que demorou mais a ser escolhida, pela responsabilidade que sinto de demonstrar o tanto que o hip hop pode ser, e como nos pode tocar. Podia ter caído no caminho clássico de Pratica(mente), um intemporal de Sam the Kid, ou por um mais obscuro com Trabalho e Conhaque de Nerve, por exemplo, que demonstra uma faceta mais crua do rap.
Depois de muita indecisão sugiro The Free Food Tape, o primeiro projeto de Slow J e um EP que me toca de uma maneira especial. Uma produção incrível pelas mãos do próprio que, até então, simplesmente não existia no mundo da música. Um projeto que apela não só aos amantes de hip hop, mas também a quem ouve “de fora”, uma viagem curta mas cheia de emoção que já antecipava o sucesso do artista a partir de 2015.
UMA SÉRIE
Daniel Sloss Live Shows
Não sei se se pode chamar uma série mas trata-se de um conjunto de dois episódios de stand-up comedy que vão deixar qualquer um desconfortável, no bom sentido. Dois espetáculos de humor negro que fazem rir e chorar ao mesmo tempo, com a sua forma única de testar até onde é que o nosso sentido de humor consegue ir, não esquecendo que “são só piadas no fim de contas”.
UMA CONTA DE YOUTUBE
Heal
Fujo um pouco à regra para recomendar uma conta de YouTube e não de Instagram. Começou como Experiment 13, um projeto que juntava o bailarino Tomás Martins, o músico Francis Dale e a produção de Madeinlx e desafiava os três a conceber um vídeo no período de três horas, criando de raíz a dança, música e conceito de vídeo. O projeto agora transformou-se em HEAL e perdeu alguns dos vídeos antes publicados pelo caminho, mas ainda pode ser descoberto no YouTube.
UMA REPORTAGEM DO GERADOR QUE VALE A PENA RELER
“Vira o disco e toca o mesmo, há tendências que nunca morrem”, de Ricardo Ramos Gonçalves
Estou muito longe de ser uma colecionadora de discos, mas começo a dar os primeiros passos. Nesta reportagem, o Ricardo Gonçalves aprofunda a “febre” dos discos de vinil e o que os torna especiais em relação ao CD, seja “pela capa em grande formato, pelos prints extra, pelas cores dos discos ou pela reclamada magia de trocar o disco de lado”.
Voltamos para a semana com mais sugestões fresquinhas!