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E que tal um governo mundial?

Nas Gargantas Soltas de hoje, o Tiago Sigorelho fala-nos sobre estratégias unificadas “se o nosso desejo, mascarado de fantasia nos livros e filmes, pretende algum dia ser alcançado, temos de começar agora. Simplesmente porque faz sentido.”

Opinião de Tiago Sigorelho

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Quando lemos um livro ou vemos um filme que retrata um futuro longínquo em que os humanos interagem com outras espécies inteligentes extraterrestres, parece existir uma espécie de conselho que representa o planeta Terra. Não são bem umas Nações Unidades, embora, fiquemos com uma sensação de grande colaboração e bondade entre conselheiros, mas mais um tipo de assembleia democrática e optimista, que tem a capacidade de tomar decisões efectivas.

Só no campo da ficção científica podemos imaginar este cenário. Mas o factor tempo, a distância que temos em relação a esse futuro, traz uma certa credibilidade para esse destino. Para quem vive em liberdade hoje, talvez seja simples equacionar que todos os restantes povos terão acesso a ela amanhã. No fundo, esta fantasia é a ilustração de um desejo. Um desejo tão absurdo nos dias em que vivemos que apenas pode ser expresso através de um formato assumidamente utópico.

Deixem-se ir comigo e vamos entrar neste campo de faz-de-conta. Imaginem que uma espécie extraterrestre prepara-se para invadir o nosso planeta azul. Após o natural pânico inicial, que obrigaria a um reposicionamento do conceito Breaking News, é possível concebermos a hipótese de um conjunto de líderes mundiais se encontrarem para desenharem uma estratégia de resposta unificada e coerente.

Uma ameaça global exige uma solução global, dirão todos eles. Uma espécie de governo mundial seria criada sob o mote “a necessidade é boa conselheira”. E, de um dia para o outro, iniciaríamos uma nova fase, talvez impossível de recuar: o pensamento integral de uma espécie.

Ora, voltemos a 2023. Estamos nós perante ameaças globais que exigem respostas unificadas? Diria que sim, apenas não conseguimos ter o mesmo sentimento de emergência em relação a elas como teríamos de uma invasão alienígena.

As alterações climáticas, a pandemia ou outras doenças e vírus, o poder influenciador das grandes empresas multinacionais, a forma como as plataformas digitais, nomeadamente as redes sociais, determinam a informação a que acedemos, as guerras, na sua expressão mais vasta, que continuam a existir por todo o globo e a mais recente apreensão tecnológica, a inteligência artificial, são ameaças que não podem ser endereçadas pelos governos nacionais, nem por estratégias continentais. Merecem engenho global.

O fofinho formato das Nações Unidas actualmente, esvaziada de um verdadeiro poder de decisão e refém das sentenças de apenas 5 países, não serve. Apenas um verdadeiro colégio representativo.

Estamos muito longe disto, eu sei. Mas se o nosso desejo, mascarado de fantasia nos livros e filmes, pretende algum dia ser alcançado, temos de começar agora. Simplesmente porque faz sentido.

*Texto escrito ao abrigo do antigo Acordo Ortográfico

-Sobre Tiago Sigorelho-

Esteve ligado durante 15 anos ao setor das telecomunicações, onde chegou a Diretor de Estratégia de Marca do Grupo PT, com responsabilidades das marcas nacionais e internacionais e da investigação e estudos de mercado. Em 2014 criou o Gerador e tem sido o presidente da direção desde a sua fundação. Tem continuamente criado novas iniciativas relevantes para aproximar as pessoas à cultura, arte, jornalismo e educação, como a Revista Gerador, o Trampolim Gerador, o Barómetro da Cultura, o Festival Descobre o Teu Interior, a Ignição Gerador ou o Festival Cidades Resilientes. Nos últimos 10 anos tem sido convidado regularmente para ensinar num conjunto de escolas e universidades do país e já publicou mais de 50 textos na sua coluna quinzenal no site Gerador, abordando os principais temas relacionados com o progresso da sociedade.

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